Práticas para uma colheita de trigo mais rentável
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Considerada uma cultura importante para o agronegócio brasileiro, o trigo é uma das culturas mais rentáveis do mercado, sendo o ingrediente protagonista em diversas refeições do nosso dia a dia.
De acordo com a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), só no ano de 2021 a produção de trigo no Brasil foi estimada em 7,81 milhões de toneladas. Um aumento de 25,3% em comparação ao ano anterior.
Para o ano de 2022, a produção do grão deve alcançar o recorde de 8,879 milhões de toneladas, um avanço de 13,6% em relação a 2021.
Pensando nesse cenário e nas condições favoráveis do Brasil para o seu cultivo, separamos aqui algumas práticas indispensáveis para garantir uma boa colheita de trigo. Continue a leitura deste artigo e saiba mais!
Produção de trigo no Brasil
A produção do trigo no Brasil atende apenas metade da demanda interna, representando cerca 5 milhões de toneladas. O restante é importado, sendo que a maior parte vem da Argentina.
Os maiores estados produtores são o Rio Grande do Sul e Paraná, tanto em área como em volume de produção. O estado de São Paulo ocupa o terceiro lugar em produção.
Seguindo as recomendações do zoneamento agroclimático, a melhor época de plantio para a região Sul são os meses entre abril e agosto e para a região Sudeste são os meses entre março e maio.
Mas como toda cultura agrícola existem pragas, doenças e plantas daninhas que podem prejudicar a sua produção, por isso é muito importante buscar maneiras de estimular a rentabilidade do plantio e subsídios para a sua proteção.
Quais são as espécies de trigos?
Antes de iniciar o plantio do trigo é fundamental escolher o tipo do grão mais adequado para determinada área, pois nem sempre uma variedade que apresenta alta produtividade em uma determinada região, poderá se adaptar a outra. Confira abaixo, três espécies mais comuns:
Triticum aestivum L: Esse é o trigo mais usado no mundo, representa em média de 80% da produção mundial. Geralmente são usados para fabricação de pães, bolos, tortas, biscoitos, etc.
Triticum turgidum L – Esse trigo tem uma alta quantia de glúten por isso é mais firme depois do cozimento. Geralmente ele é usado para massas, cuscuz, etc.
Triticum monococcum L – Esse trigo é o menos consumido no mundo, porém é uma espécie que contém menos glúten e é menos alergênica sendo uma boa alternativa para os celíacos (pessoas que tem intolerância ao glúten).
Hoje o trigo ocupa 20% da área cultivada mundial e a sua produção gira em torno de 500 milhões de toneladas por ano. Diante da grande variedade de grãos existentes, é essencial escolher o sistema de plantio mais apropriado para a melhor rentabilidade da lavoura.
Preparo do solo para o plantio de trigo
Assim como qualquer outra cultura, o plantio de trigo exige o preparo adequado do solo. Algumas ações são fundamentais para que as plantas se desenvolvam adequadamente.
- Semear no limpo;
- Fazer um bom manejo de cobertura do solo até a semeadura;
- Análise de solo (adubação equilibrada);
- Semeadura de qualidade;
- Cuidados com velocidade de semeadura e profundidade (2 a 5 cm);
- Escolha da semente de qualidade;
- População de planta adequada.
Como evitar perdas na colheita de trigo
Pelos padrões internacionais, a perda de até um saco de trigo por hectare é considerada normal. Porém, estima-se que no Brasil a perda chegue a dois sacos por hectares.
Algumas perdas acontecem por conta dos maquinários, que no momento da colheita do trigo não estão regulados ou são incompatíveis com a quantidade de linhas, ocorrendo debulhação dos grãos e acamamento das plantas.
A manutenção e a regulagem da colhedora são essenciais, por isso é importante observar esse processo antes de colocar a máquina para trabalhar. Com a manutenção em dia e a regulagem revisada será possível evitar perdas na operação.
Conheça os principais alvos que podem prejudicar a sua produção:
Ferrugem do colmo- Causada por fungo que afeta principalmente os caules e nas partes onde as folhas se prendem ao caule. Pode causar o tombamento da planta e o encolhimento dos grãos.
Lagarta do trigo – É a principal praga desfolhadora da cultura do trigo. Atacam desde plântulas até espigas da cultura tritícola. Ela pode causar perdas significativas se não controladas.
Azevém – Essa planta daninha é de fácil dispersão e está presente em praticamente todas as lavouras de inverno da região sul do Brasil. Os herbicidas, se usados adequadamente, contribuem para o controle dessa espécie.
Quais são as vantagens da plantação de trigo para a sua propriedade rural?
Ao plantar trigo o agricultor tem a produção garantida seja em grãos ou sementes. A espécie proporciona uma melhora no desempenho da lavoura, quebra do ciclo de pragas e doenças que atacam outras culturas, redução do aparecimento de plantas daninhas e nematóides, além do fornecimento de uma excelente palhada para a lavoura.
Considerando ainda as vantagens de produção, vale citar o exemplo do trigo mourisco que vem se tornando a grande aposta de 2022 como rotação de cultura no Paraná. Apesar do nome parecido a espécie não é a mesma do trigo comum e não contém glúten. Confira algumas vantagens desse cultivar para os produtores:
- Baixo custo de produção;
- Ciclo curto entre o plantio e colheita do trigo;
- Bom desenvolvimento em solos pobres;
- Boa absorção de fósforo e potássio.
Colheita do trigo: como aumentar a rentabilidade?
É necessário adotar medidas que visem aumentar a qualidade no grão, agregando valor ao produto. Essas medidas devem ser tomadas em cada fase da produção, de forma a abranger todas as etapas do crescimento do trigo, como: regular o crescimento do grão em sua fase vegetativa, atentar-se à climatização em sua fase reprodutiva e acompanhar ativamente a senescência foliar, quando o grão torna-se maduro e pronto para a colheita do trigo.
Além disso, a Embrapa Trigo (RS) juntamente com a Rede Técnica Cooperativa (RTC/CCGL), demonstrou o papel da genética e do manejo correto do trigo para aumentar a rentabilidade da lavoura e diminuir os custos de produção. Para isso, os cultivares de alto padrão genético atuam para otimizar o custo destinado ao volume de sementes e fungicidas, de forma a trazer economia pela ampliação do potencial produtivo do trigo.
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