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Estresses abióticos e bióticos na cultura da soja

Estresses abióticos e bióticos na soja

Sumário

A soja é um dos pilares da economia brasileira, mas enfrenta desafios devido a estresses abióticos e bióticos que comprometem sua produtividade. Este artigo explora os principais fatores de estresse, seus impactos econômicos e soluções para mitigar os problemas que afetam a cultura.

A soja (Glycine max) é essencial na economia do Brasil, posicionando o país como um dos maiores produtores e exportadores mundiais

Dados recentes da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) indicam que a safra 2024/2025 está projetada em 166,33 milhões de toneladas, destacando a relevância da soja no agronegócio brasileiro. 

Essa projeção é reflexo de esforços para aprimorar técnicas de cultivo e otimizar os recursos disponíveis.

Entretanto, a cultura enfrenta desafios decorrentes de estresses abióticos e bióticos que afetam diretamente a saúde das plantas e a qualidade dos grãos. 

Fatores como seca, temperaturas extremas, pragas e doenças são os principais obstáculos para a soja no campo, comprometendo diretamente sua viabilidade econômica.

Vamos entender mais como ajustar esses fatores?

Boa leitura!

Estresses abióticos na soja

O clima tropical, embora favorável em muitos aspectos, também traz riscos inerentes à produção de soja. 

Eventos climáticos imprevisíveis, como ondas de calor e geadas tardias, podem comprometer fases críticas do ciclo da planta, como o florescimento e o enchimento de grãos. 

Além disso, a irregularidade na distribuição das chuvas tem sido um desafio crescente, especialmente em áreas com histórico de seca prolongada. Esses fatores não apenas afetam diretamente o desenvolvimento das plantas, mas também exigem investimentos adicionais em manejo.

Para lidar com esses desafios, é essencial compreender os diferentes tipos de estresses abióticos que impactam a cultura. 

Cada um deles apresenta características específicas que influenciam diretamente os processos fisiológicos da planta. A seguir, discutiremos os principais estresses abióticos enfrentados pela soja e como eles afetam o desenvolvimento e a produção da cultura.

Estresses abióticos são condições desfavoráveis do ambiente que impactam o desenvolvimento das plantas.

Estresses abióticos e déficit nutricional podem impedir enchimento dos grãos de soja.

Estresses abióticos e déficit nutricional podem impedir enchimento dos grãos de soja. Fonte: Guilherme Bavia (2023).

Na soja, os mais comuns são:

  • Estresse hídrico: a irregularidade na disponibilidade de água prejudica processos vitais como a fotossíntese e o transporte de nutrientes.
  • Temperaturas extremas: calor excessivo ou geadas podem provocar danos aos tecidos vegetais, interferindo na formação de grãos.
  • Radiação solar intensa: altos níveis de radiação podem causar estresse oxidativo, reduzindo a eficiência das funções celulares.

Tabela 1. estresses abióticos na soja (adaptado de vários autores).

Estresse Impactos
Estresse Hídrico Compromete processos fisiológicos, como fotossíntese e transporte de nutrientes.
Temperaturas Extremas Danifica tecidos e afeta o desenvolvimento reprodutivo das plantas.
Radiação Solar Intensa Provoca estresse oxidativo e redução da eficiência fotossintética.

Estresses bióticos na soja

No Brasil, devido à diversidade climática e ecológica, a presença de organismos que causam estresses bióticos é consideravelmente elevada. Pragas como lagartas e percevejos são comuns em lavouras de soja e podem causar danos severos às folhas, vagens e até às sementes. 

Além disso, doenças provocadas por fungos, bactérias e vírus se manifestam em diferentes estágios do ciclo da planta, muitas vezes reduzindo sua capacidade fotossintética e comprometendo o enchimento dos grãos.

Outro fator preocupante é a concorrência com plantas daninhas, que competem diretamente com a soja por recursos fundamentais, como luz, água e nutrientes. 

Em muitas regiões, a infestação de plantas daninhas resulta em perdas significativas, forçando os produtores a adotarem métodos integrados de manejo para evitar danos ainda maiores.

Plantação de soja: como evitar danos por estresse térmico. Fonte: Booteragro (2022).

Os estresses bióticos resultam da interação negativa com organismos vivos. 

Na soja, destacam-se:

  • Pragas: insetos como lagartas e percevejos causam danos diretos às folhas e vagens.
  • Doenças: patógenos como fungos, bactérias e vírus resultam em infecções que comprometem o crescimento.
  • Plantas daninhas: competem com a soja por recursos básicos, como luz e nutrientes.

Tabela 2: estresses bióticos na soja. (adaptado de vários autores).

Estresse Impactos
Pragas Danos físicos à planta, reduzindo a capacidade de produção.
Doenças Infecções prejudiciais ao desenvolvimento e à qualidade dos grãos.
Plantas Daninhas Concorrência por recursos essenciais, afetando o desempenho das plantas.

Estudos científicos: aplicação no manejo de estresses

Pesquisas recentes têm fornecido suporte técnico para minimizar os efeitos dos estresses abióticos e bióticos. Estudos conduzidos pela Embrapa apontam que o uso de cultivares adaptadas a condições adversas e a implementação de tecnologias digitais no campo podem ajudar a equilibrar os desafios enfrentados pela soja.

Por exemplo, sensores de monitoramento de solo e plataformas climáticas auxiliam os agricultores na identificação de momentos oportunos para ações preventivas, reduzindo os impactos das condições ambientais. Além disso, ferramentas biológicas, como microrganismos benéficos, têm mostrado resultados positivos na redução de danos causados por patógenos e pragas.

O manejo integrado, que une soluções tecnológicas e práticas agronômicas, proporciona uma visão completa para lidar com fatores que prejudicam a lavoura.

Impactos econômicos

Os prejuízos associados a estresses abióticos e bióticos vão além da queda de produtividade. 

Custos adicionais, como irrigação emergencial em períodos de seca ou aquisição de defensivos agrícolas para minimizar os danos causados por pragas e doenças, aumentam significativamente o custo de produção. 

Esses fatores exigem planejamento cuidadoso para evitar perdas econômicas ainda maiores.

Soluções práticas

Para lidar com os estresses enfrentados pela soja, várias medidas podem ser aplicadas:

  • Cultivares adaptadas: o uso de variedades que toleram condições adversas reduz os impactos negativos.
  • Monitoramento avançado: ferramentas tecnológicas, como drones e sensores climáticos, permitem decisões mais precisas no manejo da lavoura.
  • Práticas agronômicas consistentes: rotação de culturas, plantio direto e manutenção do solo contribuem para melhorar as condições gerais da plantação.

Essas práticas, quando combinadas, permitem que os agricultores lidem com os desafios de maneira proativa e personalizada.

O futuro do manejo de estresses abióticos e bióticos na cultura da soja

A produção de soja, essencial para a economia brasileira, enfrenta desafios contínuos devido a estresses abióticos e bióticos, como seca, temperaturas extremas, pragas e doenças. 

O futuro do manejo desses estresses está na integração de ciência, tecnologia e práticas agronômicas avançadas. Pesquisas têm desenvolvido cultivares mais adaptadas, enquanto tecnologias digitais, como sensores inteligentes e plataformas de monitoramento, permitem ações mais precisas e preventivas.

O uso de microrganismos benéficos e bioestimulantes promove maior resistência das plantas, enquanto inovações em irrigação inteligente ajudam a lidar com a escassez de recursos hídricos. 

Ferramentas como a AgroReceita tornam-se essenciais ao oferecer suporte técnico, consulta a produtos fitossanitários e dados climáticos em tempo real.

Dashboard AgroReceita – Plataforma de Inteligencia Agronômica

No cenário global, a soja brasileira continuará sendo uma líder de mercado, mas seu sucesso dependerá da adoção de tecnologias modernas e do planejamento técnico. 

A combinação de biotecnologia, práticas sustentáveis e ferramentas digitais será fundamental para superar os desafios futuros e garantir a competitividade da sojicultura no Brasil.

Soja - uso de soluções naturais minimiza impactos do estresse hídrico nas lavouras.

Soja: uso de soluções naturais minimiza impactos do estresse hídrico nas lavouras. Fonte: Assistec agrícola  (2020).

Como o Compêndio Agrícola da AgroReceita pode otimizar a produtividade na lavoura da soja?

Uma das soluções que você pode utilizar na produção de soja é a consulta fitossanitária através do Compêndio Agrícola da AgroReceita.

Com ele, você pode realizar diversas pesquisas para o controle de pragas, doenças e plantas daninhas que afetam a cultura da soja, além de verificar as restrições de uso de cada produto.

A ferramenta permite consultar os produtos registrados para uso em cada estado, pesquisar pelo ingrediente ativo, nome comum ou nome científico do produto. Você também encontra informações detalhadas sobre cada defensivo agrícola, como a dosagem recomendada, número máximo e mínimo de aplicações, fase da cultura em que o produto pode ser aplicado, volume de calda, intervalo de segurança, modalidade e época de aplicação.

O Compêndio Agrícola da AgroReceita te ajuda a encontrar o produto mais indicado para o manejo fitossanitário da sua lavoura de soja, de forma gratuita e ilimitada.

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Conclusão

A cultura da soja é importante para o Brasil, mas os estresses abióticos e bióticos impõem obstáculos que exigem soluções práticas e adaptadas à realidade do campo.

A integração de avanços tecnológicos, aliados a práticas de manejo ajustadas, demonstra que é possível enfrentar esses desafios de forma técnica e organizada.

O futuro da sojicultura depende da adoção de medidas que priorizem a viabilidade econômica sem comprometer a qualidade do cultivo. 

Ao investir em ferramentas inovadoras e conhecimento técnico, os agricultores conseguem maximizar o potencial da soja, garantindo sua relevância no cenário global.

Sobre o Autor

Alasse Oliveira

Engenheiro Agrônomo, Mestre e Especialista em Produção Vegetal e, Doutorando em Fitotecnia (ESALQ/USP)

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