Manejo de plantas daninhas de verão:
Como fazer?

Plantas daninhas

As plantas daninhas de verão merecem cuidados especiais no manejo fitossanitário, pois elas podem reduzir a produtividade da principal época agrícola do Brasil, a Safra de Verão.

O impacto dessas plantas nas áreas de produção varia de região para região, por conta de fatores climáticos, condições meteorológicas, altitude, latitude e solo.

Assim, local e regionalmente, determinada planta daninha pode ser considerada muito importante ou de baixo impacto para a produção agrícola.

Saiba neste artigo quais são as plantas daninhas de verão e como fazer o manejo correto delas, tendo o AgroReceita como importante ferramenta de suporte. Boa leitura!

Como são classificadas as plantas daninhas?

As plantas daninhas são classificadas em grupos, o que facilita a escolha do método de controle, baseado no ciclo de vida, hábito de crescimento, mecanismo de reprodução, meio de dispersão de propágulos e taxonomia.

O ciclo de vida das plantas daninhas é muito diverso entre espécies. Em uma mesma espécie, pode haver variações em função do:

  • clima;
  • das condições meteorológicas;
  • da altitude;
  • da latitude;
  • e do solo.

A caracterização, portanto, não pode ser generalizada para qualquer lugar.

Plantas daninhas anuais

São espécies de plantas que completam seu ciclo de vida (germinação – emergência – crescimento – frutificação – produção de sementes – morte) em até 12 meses.

Normalmente, o ciclo de vida é de 40 a 160 dias, estando sujeito a variações de acordo com as condições ambientais.

A principal característica desse grupo de plantas é a produção de grande número de sementes. Costuma-se agrupar as plantas daninhas em anuais de verão e de inverno, de acordo com a época do ano em que a planta completa seu ciclo de vida. 

Plantas daninhas bianuais

São aquelas que completam seu ciclo em um período de tempo superior a 12 meses e inferior ou igual a 24 meses.

As sementes germinam entre a primavera e o verão do primeiro ano e após um ano (primavera ou verão do ano seguinte) florescem e frutificam até o outono.

Após morrerem, deixam as sementes ou outras estruturas reprodutivas.

Plantas daninhas perenes

As espécies de plantas com ciclos superiores a 24 meses são as perenes, mas o ciclo pode ser alterado em função das condições ambientais e do manejo agrícola.

Há uma classificação que divide as espécies perenes em simples: as que se reproduzem apenas por sementes; e complexas: aquelas que apresentam mais de um meio de reprodução (rizomas, estolões, tubérculos, bulbos). 

Estas são as de mais difícil controle.

O que são plantas daninhas de verão?

As plantas daninhas de verão são as que têm o ciclo iniciado na primavera (23 de setembro a 21 de dezembro) e finalizado no verão (21 de dezembro a 21 de março).

 Por conta da dimensão continental no Brasil, há variações climáticas significativas que interferem na forma como essas plantas interagem com o meio.

De acordo com a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), mesmo que em algumas regiões o padrão de plantas daninhas seja apresentado pelas espécies, podem ocorrer diferenças no ciclo  devido a distribuição das chuvas.

No Sul do Brasil, por exemplo, as chuvas costumam ser mais intensas no inverno, ao contrário das outras regiões, onde chove mais durante a primavera/verão.

Nas regiões menos frias, como o Nordeste e o Centro-Oeste, o ciclo da vida das plantas depende, em maior grau, da distribuição das chuvas, podendo, assim, ocorrer vários ciclos em um mesmo ano.

As plantas daninhas de verão possuem dormência de sementes na época mais fria do ano e, por isso, concorrem com as plantas cultivadas durante a primavera/verão.

Nas culturas anuais (com ciclo de até 12 meses), essa concorrência se dá no início do crescimento. Já nas culturas perenes, a concorrência é intensa nas fases de florescimento e frutificação.

plantas daninha

Quais as principais plantas daninhas de verão?

A maioria das gramíneas e dicotiledôneas anuais são de verão.

Veja algumas delas abaixo.

Plantas daninhas

Espécies daninhas anuais de verão (Fonte: Embrapa)

Mas no Brasil, sobretudo nas regiões produtoras de grãos, as principais plantas daninhas que têm levado preocupação aos agricultores são a buva (Conyza spp.) e o capim amargoso (Digitaria insularis), planta cujo ciclo é de mais de 2 anos. A buva pode produzir no seu ciclo anual de 120 dias entre 100 mil e 200 mil sementes, que se espalham pelo vento até 1,5 km de distância. A temperatura ideal para germinação é de cerca de 20 ºC a 25 ºC, mas pode ser potencializada sob oscilação térmica. A germinação das sementes ocorre mais no outono e inverno (junho a setembro), quando boa parte das áreas de produção, sobretudo as de sequeiro, estão no pousio. Por isso, é de grande importância que durante esse período de descanso da área de produção seja feito o manejo adequado para combater essa planta daninha. O capim-amargoso também se reproduz por meio de sementes (cerca de 100 mil durante a inflorescência), além de produzir estruturas de reservas subterrâneas chamadas rizomas, o que contribui para o controle da planta ser mais difícil.

Estados com maior incidência de plantas daninhas

De acordo com a Embrapa, os estados onde as plantas daninhas têm maior resistência aos herbicidas são Rio Grande do Sul e Paraná, e o sul do Mato Grosso do Sul.

Nos estados de Santa Catarina, São Paulo, Minas Gerais, na maior parte do Mato Grosso do Sul e no Mato Grosso, as plantas daninhas estão com resistência média.

Em outros estados do país, as daninhas apresentam resistência inicial aos herbicidas.

As áreas de soja têm sido as mais afetadas por essas plantas daninhas, as quais estão ficando mais resistentes aos herbicidas.

No controle dessas plantas, está ocorrendo, em algumas regiões, um manejo fitossanitário incorreto, com o uso abusivo de defensivos químicos, segundo a Embrapa.

Essa situação tem levado às plantas a seletividade, fenômeno que ocorre quando um mesmo produto químico é aplicado muitas vezes.

Com isso, além da planta criar resistência com o tempo, ela ainda passa essa característica para os seus descendentes.

Plantas daninhas

Histórico de resistência de plantas daninhas no Brasil (Fonte: Embrapa)

No mundo, já foram relatados 480 casos específicos de biótipos de plantas daninhas resistentes a herbicidas, sendo 251 espécies e 163 ingredientes ativos, abrangendo 91 culturas distribuídas em 69 países.

Como controlar plantas daninhas de verão

O controle das plantas daninhas de verão passa por um manejo integrado que envolve as seguintes práticas:

  • controle químico;
  • controle biológico;
  • sanidade das sementes;
  • tratamento de sementes;
  • espaçamento e densidade adequados;
  • cobertura do solo;
  • rotação de culturas.

No uso dos herbicidas, o recomendado é utilizar produtos de forma alternada para evitar a difusão de problemas de seleção – de preferência, produtos com mecanismo de ação diferentes. 

Outra prática eficiente no manejo de plantas daninhas de verão é no período em que elas estão mais jovens: quanto menor a planta, maior a eficiência do controle.

Fazer a dessecação pré-plantio também é de grande relevância, sobretudo em intervalos de 10 a 15 dias antes da semeadura. 

Você também pode realizar a consulta fitossanitária no Compêndio Agrícola do AgroReceita e descobrir qual o produto mais indicado para o controle das plantas daninhas de verão. 

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Como o AgroReceita ajuda a controlar as plantas daninhas?

Para o controle efetivo das plantas daninhas de verão, é preciso fazer a emissão correta do receituário agronômico, com as recomendações de aplicação fitossanitária.

Com a plataforma do AgroReceita, suas emissões de receituários podem ser mais ágeis e seguras, já que no sistema só há produtos cuja bula está em dia com a legislação.

A emissão pode ser feita por meio de assinatura eletrônica, direto do campo, ou de onde o profissional técnico responsável pela prescrição dos defensivos estiver.

A plataforma também possui o Compêndio Agrícola, que permite a consulta fitossanitária gratuita e ilimitada dos produtos registrados no Brasil, sendo também possível descobrir qual o produto mais indicado para determinada cultura, alvo ou problema.

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O AgroReceita garante toda a segurança que você precisa no momento da emissão dos receituários, tendo como suporte técnico a Sudeste Online, empresa com mais de 21 anos de especialização na legislação de produtos químicos.

Além de emitir os receituários, a plataforma conta ainda com ferramentas para monitoramento do clima e inserção de dados para planejamento das ações em campo. 

Conclusão

O manejo de plantas daninhas de verão é crucial para um bom desempenho da produção rural, sobretudo de grãos na principal safra brasileira. 

Além de usar defensivos químicos, é necessário que seja feito o manejo integrado de pragas para que com o passar do tempo haja redução da incidência tanto de doenças quanto do aparecimento de plantas daninhas na lavoura.

A utilização de ferramentas digitais tanto para a emissão de receituários agronômicos quanto para o monitoramento, identificação e ações de controle deve ser sempre realizada, pois elas proporcionam mais eficiência nos serviços.

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Sobre o Autor

Autor do texto

Mario Bittencourt

 Jornalista e pós-graduado  em Agricultura de Precisão.

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