Prescrição de defensivos agrícolas: como escolher o ideal

Engenheiro agrônomo com celular, prescrevendo defensivos para a lavoura.

As ferramentas atuais que auxiliam na escolha, prescrição e aplicação de defensivos agrícolas para uma produção sustentável e rentável no agronegócio

Produzir alimentos, fibras e combustíveis, utilizando menos recursos e em condições ambientais mais rígidas é o grande desafio da agricultura moderna. O uso de defensivos agrícolas tem um papel muito importante para o agronegócio mundial e brasileiro conseguir vencer esse desafio.

O uso racional e eficiente de insumos, além de diminuir o impacto ao meio ambiente, reduz também gastos desnecessários, aumentando a viabilidade econômica, a segurança financeira e o retorno do investimento.

Hoje existem diversas ferramentas que podem ser utilizadas para facilitar a escolha, a prescrição e a aplicação de defensivos agrícolas. Elas podem auxiliar os profissionais responsáveis pela recomendação destes produtos, facilitando seu trabalho e trazendo maior confiança ao produtor.

Nesse artigo trataremos de formas de se aumentar a racionalidade e eficiência do uso de defensivos agrícolas, visando o trabalho dos profissionais de campo.

O receituário agronômico: o primeiro passo para a prescrição correta dos defensivos agrícolas

A grande parte dos produtos, químicos ou biológicos, utilizados no manejo de pragas, doenças e plantas daninhas em uma lavoura, tem necessidade de ser recomendado por um profissional, por meio de receituário agronômico. Seu uso indevido pode gerar multas e outras sanções legais ao produtor e ao profissional responsável pela prescrição.

As regras de uso de agroquímicos são regidas pela Lei 7.802/89, alterada pela lei 9.974/2000 e complementada pelo decreto 4.074/2002. De acordo com elas, os profissionais responsáveis pela prescrição são os engenheiros agrônomos e florestais, além dos técnicos agrícolas. Esses profissionais devem ter registro ativo no Conselho Regional (CREA) e no XXXX  para poderem prescrever esses produtos, por meio do receituário agronômico.

O receituário é um passo importante para o uso racional e eficiente de defensivos agrícolas pois nele estão informações como:

  • Diagnóstico da lavoura;
  • Nome do produto recomendado e de eventual produto equivalente;
  • Doses de aplicação e quantidades totais a serem adquiridas;
  • Modalidade de aplicação, com anotação de instruções específicas, se for necessário;
  • Orientações quanto ao Manejo Integrado de Pragas (MIP).

Essas informações são cruciais para o bom planejamento e execução das atividades de aplicação de defensivos químicos e abrem grande leque de opções com relação a uso de equipamentos e tecnologias para eficácia de controle.

Quais produtos necessitam de receituário agronômico?

De acordo com as leis e decretos, são considerados produtos que necessitam de receituário agronômico os seguintes:

Agrotóxicos e afins – produtos e agentes de processos físicos, químicos ou biológicos, destinados ao uso nos setores de produção, no armazenamento e beneficiamento de produtos agrícolas, nas pastagens, na proteção de florestas, nativas ou plantadas, e de outros ecossistemas e de ambientes urbanos, hídricos e industriais, cuja finalidade seja alterar a composição da flora ou da fauna, a fim de preservá-las da ação danosa de seres vivos considerados nocivos, bem como as substâncias e produtos empregados como desfolhantes, dessecantes, estimuladores e inibidores de crescimento” (Decreto 4.074/2002).

Os agrotóxicos são classificados nas seguintes classes:

  • Acaricida;
  • Bactericida;
  • Feromônio;
  • Fungicida;
  • Herbicida;
  • Inseticida;
  • Nematicida;
  • Regulador de crescimento.
Trator aplicando defensivos agrícolas na plantação.

Aplicação de defensivos agrícolas. (Fonte: Canva )

Dúvidas e especificidades do receituário agronômico

É importante ressaltar que pode haver confusão entre o tipo de registro de produtos e a necessidade de receituário.

Produtos como adjuvantes, indutores de resistência, nutricionais, biológicos, dentre outros, podem ter ou não a necessidade de receituário agronômico, dependendo de seu registro e composição.

Além disso, a lista de produtos que necessitam de receituário varia de estado a estado no Brasil, o que gera ainda mais confusão, chance de erro e de multas e sanções. Assim, deve-se buscar informações sobre os produtos aptos e não-aptos por estado.

Por esses motivos, o profissional responsável pelo receituário agronômico deve buscar ferramentas que o auxiliem nessa etapa.

O receituário agronômico digital da AgroReceita

A AgroReceita tem um formulário digital que permite o preenchimento inteligente do receituário, com algoritmos que diminuem a chance de erros, baseados na legislação e especificidades estaduais. São vantagens do uso do receituário digital:

  • Rapidez, facilidade e precisão;
  • Credibilidade das informações;
  • Diminui a necessidade de uso de papel;
  • Mobilidade e flexibilidade;
  • Menor chance de erros, maior segurança e profissionalismo;
  • Banco de dados extenso;
  • Preenchimento automático de acordo com produtos e profissionais cadastrados.

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Exemplo da emissão digital de receituário agronômico (Fonte: AgroReceita)

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Outras ferramentas para uso racional de defensivos agrícolas

O modelo atual empregado no agronegócio brasileiro está cada vez mais ligado ao uso de tecnologias modernas. Se ainda se faz aplicação de defensivos em áreas extensas baseados no diagnóstico de uma parte da lavoura, esse manejo está com os dias contados.

Hoje em dia, diversas técnicas para uso racional e sustentável de defensivos agrícolas são utilizadas. Abaixo listamos algumas mais importantes:

  • Sensoriamento remoto e georreferenciamento: o uso de ferramentas de medição remota, como o NDVI, e sua conexão a coordenadas geográficas precisas, permite um levantamento criterioso de características de solo e plantas, facilitando o mapeamento específico de áreas cada vez menores;
  • Uso de mapas de incidência e colheita: por meio das tecnologias acima pode-se gerar mapas de incidência de pragas, doenças e plantas daninhas, e também da produtividade, permitindo verificar áreas com maiores chances de reincidência desses problemas e de maior necessidade de controle com defensivos agrícolas;
  • Monitoramento de pragas e insetos: o uso de ferramentas para a detecção local ou regional de pragas e insetos auxilia grandemente a recomendação de aplicações preventivas de defensivos, ou do controle local na propriedade quando do início de infestação vindo de áreas adjacentes;
  • Sistemas de detecção de plantas daninhas: a detecção precisa de plantas daninhas nas entrelinhas de plantio diminuem grandemente a necessidade da aplicação de herbicidas em área total, diminuindo os riscos de fitotoxidez e os gastos com produtos e aplicações;
  • Monitoramento do clima: a previsão do tempo no futuro próximo e o conhecimento das condições atuais são uma ferramenta de grande uso para detectar condições ideais de dispersão de doenças e insetos;
  • Maquinários autônomos e aplicação em taxa variável: o uso de maquinários autônomos que podem se guiar pelas informações citadas acima, permite a aplicação de defensivos em taxas variáveis. Essa é a grande evolução da agricultura moderna, permitindo uma economia de recursos, menor impacto ao ambiente, sem diminuir o potencial produtivo das lavouras. 

Conclusão

O uso de defensivos agrícolas é peça fundamental da produção agrícola mundial como se conhece hoje em dia. Porém, economicamente e ambientalmente, seu uso extensivo e desregulado pode trazer inviabilidade do negócio por custos excessivos e impactos ao meio ambiente e ao ecossistema de produção.

Dessa forma, a recomendação e o uso de ferramentas que proporcionem um uso racional de defensivos agrícolas, de forma eficiente para o bom controle de fatores com potencial de reduzir a produtividade, é uma necessidade dos técnicos de campo e produtores.

Essas ferramentas auxiliam na prescrição correta, monitoramento da área e aplicação em taxas variáveis específicas, mantendo altos níveis de controle de pragas, doenças e plantas daninhas, sem gastos excessivos de defensivos.

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Sobre o Autor

João Paulo Pennacchi

João Paulo Pennacchi

Engenheiro Agrônomo pela Universidade Federal de Lavras e Doutor em Fisiologia de Plantas pela Lancaster University.

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