Bioestimulantes: melhores opções de aplicação na agricultura

Sumário
Descubra como os bioestimulantes podem transformar a agricultura! Entenda sua ação no solo e nas plantas, conheça os tipos disponíveis e otimize suas lavouras.
No cenário atual da agricultura, produtores enfrentam desafios constantes para otimizar o manejo das lavouras e melhorar a interação das plantas com o ambiente.
Tecnologias agrícolas inovadoras, como os bioestimulantes, têm despertado interesse por sua habilidade de promover processos naturais nas plantas, ampliando as condições para que elas se adaptem a situações adversas.
Esses insumos são caracterizados por sua atuação no metabolismo vegetal, modulando funções fisiológicas que tornam as plantas mais preparadas para enfrentar variações climáticas, baixa fertilidade dos solos ou outros fatores que possam impactar o desempenho das culturas.
O uso de bioestimulantes tem se mostrado uma ferramenta complementar às práticas de manejo, contribuindo para a obtenção de resultados consistentes na agricultura.
Neste artigo, discutiremos como os bioestimulantes operam, quais são os principais tipos disponíveis e em quais cenários podem ser aplicados de maneira prática e vantajosa.
Este conhecimento é indispensável para explorar todo o potencial desse manejo no campo, sempre considerando as demandas específicas de cada cultura.
Boa leitura!
Vamos lá?
O que são bioestimulantes?
De acordo com o Ministério da Agricultura e Pecuária (2021), os bioestimulantes são produtos naturais cuja composição, concentração e proporção podem variar, sendo aplicados diretamente nas plantas, no solo ou nas sementes.
Esses insumos têm como objetivo principal influenciar processos fisiológicos que favorecem o desenvolvimento vegetal e a adaptação a condições adversas.
Os bioestimulantes se distinguem dos fertilizantes, que fornecem nutrientes, e dos defensivos agrícolas, que protegem as plantas contra agentes nocivos

Figura 1. Tamanho do mercado de bioestimulantes e análise de participação – tendências e previsões de crescimento até 2029. Fonte: Mordor Intelligence (2024).
Em vez disso, esses produtos atuam como ferramentas complementares, promovendo reações metabólicas que podem potencializar o desempenho das culturas. Eles são usados para acelerar a germinação, equilibrar os hormônios vegetais, estimular o crescimento radicular e promover uniformidade no desenvolvimento das plantas.
Entre os principais efeitos fisiológicos associados ao uso de bioestimulantes, destacam-se:
- Germinação uniforme: facilita o processo inicial de desenvolvimento, garantindo sementes vigorosas.
- Qualidade das sementes: atua na viabilidade e no potencial produtivo das sementes.
- Equilíbrio hormonal: modula a produção de hormônios vegetais, como auxinas e citocininas.
- Síntese de compostos bioativos: incrementa a produção de compostos fenólicos e outros metabólitos secundários.
- Melhorias na fotossíntese: estimula a eficiência no uso da luz e a assimilação de carbono.
- Crescimento celular: promove a divisão, diferenciação e alongamento celular.
- Desenvolvimento radicular e aéreo: favorece a formação de raízes mais profundas e sistemas foliares mais eficientes.
Esses efeitos ajudam as plantas a lidar com desafios ambientais, como déficit hídrico, salinidade, variações térmicas e a presença de pragas ou doenças.

Figura 2. Planta de soja no campo agrícola. Fonte: Freepik (2024).
Tipos de bioestimulantes
Os bioestimulantes podem ser classificados conforme sua origem, composição ou modo de ação.
Abaixo, agrupamos os principais tipos, destacando suas características e mecanismos de atuação:
1. Bioestimulantes não microbianos
Esses bioestimulantes são compostos por substâncias naturais ou sintéticas que promovem alterações fisiológicas e estruturais nas plantas. Entre eles, destacam-se:
- Ácidos Húmicos e Fúlvicos
Substâncias orgânicas provenientes da decomposição de matéria orgânica. Melhoram as propriedades físicas, químicas e biológicas do solo, como a capacidade de troca catiônica e a retenção de água, além de estimular a produção de hormônios vegetais. - Peptídeos e Aminoácidos
Moléculas que constituem as proteínas, essenciais para funções celulares. Facilitam a absorção de nutrientes, possuem propriedades quelantes e oxidantes, e podem atuar como precursores de hormônios e enzimas. - Quitosana e Outros Biopolímeros
Biopolímeros que auxiliam na defesa contra patógenos e na recuperação de danos causados por estresse ambiental. - Extratos de Algas Marinhas
Ricos em aminoácidos, vitaminas, minerais e fitohormônios. Influenciam positivamente o desenvolvimento celular e tecidual, além de melhorar a absorção e utilização de nutrientes. - Extratos Vegetais
Substâncias extraídas de plantas que atuam em múltiplos processos metabólicos, promovendo desde o crescimento até a tolerância a estresses ambientais. - Compostos Inorgânicos (Fosfitos)
Compostos que atuam como bioestimulantes ao melhorar a resistência das plantas contra patógenos e influenciar o metabolismo celular.

Figura 3. Área de produção de soja, COACERAL, Formosa Do Rio Preto-Ba. Fonte: Coimbra Martins Netto e CompreRural (2024).
2. Bioestimulantes Microbianos
Os bioestimulantes microbianos são derivados de fungos, bactérias ou outros microrganismos que estabelecem relações benéficas com as plantas. Suas ações incluem a fixação de nitrogênio, a solubilização de fósforo e a produção de hormônios. Exemplos incluem:
- Micorrizas
Fungos que formam associações simbióticas com raízes, aumentando a absorção de água e nutrientes, especialmente fósforo. - Bactérias Promotoras de Crescimento Radicular (PGPR)
Microrganismos que estimulam o desenvolvimento radicular, produzem hormônios e atuam como antagonistas de patógenos.
3. Bioestimulantes por Composição e Derivados Específicos
A seguir, apresentamos algumas subcategorias relevantes:
- Substâncias Húmicas
Ácidos húmicos e fúlvicos, aplicáveis ao solo, via foliar ou na irrigação, promovem a melhora na estrutura e funções do solo, sendo amplamente utilizados para incrementar o desenvolvimento radicular e a retenção de nutrientes. - Extratos de Algas Marinhas e Vegetais
A composição desses extratos varia de acordo com a origem e os processos de extração. São úteis para melhorar o crescimento de raízes, a floração, a qualidade dos frutos e a resistência ao estresse. - Peptídeos e Aminoácidos
Produtos derivados de plantas, animais ou microorganismos que atuam diretamente na regulação metabólica das plantas.

Figura 4. Ação de aminoácidos nas plantas. Fonte: Simone Mello (2024).
- Derivados Microbianos
Incluem produtos de fermentação e consórcios microbianos, que favorecem a absorção de nutrientes, a tolerância ao estresse e a qualidade da produção agrícola.

Figura 5. Ação de bioestimulantes nas plantas. Fonte: Simone Mello (2024).
10 Motivos para a Aplicação de Bioestimulantes na Agricultura
1 - Melhoria da Germinação das Sementes
Os bioestimulantes aceleram e uniformizam o processo de germinação, garantindo que as sementes desenvolvam plântulas vigorosas e com maior capacidade de enfrentar condições adversas.
2 - Aumento do Desenvolvimento Radicular
Promovem o crescimento das raízes, aumentando a absorção de água e nutrientes. Isso fortalece o sistema radicular, essencial para culturas como soja, milho e cana-de-açúcar.
3 - Tolerância a Estresses Abióticos
Auxiliam as plantas a suportarem condições adversas como seca, salinidade e temperaturas extremas, mantendo o desenvolvimento mesmo em situações desafiadoras.
4 - Equilíbrio Hormonal nas Plantas
Bioestimulantes como aminoácidos e ácidos húmicos favorecem o equilíbrio hormonal, promovendo processos naturais como divisão celular e alongamento, fundamentais para o crescimento saudável.
5 - Melhoria da Qualidade dos Produtos Agrícolas
Contribuem para a melhoria de atributos como cor, teor de açúcar e uniformidade dos frutos, valorizando a colheita e agregando valor comercial.
6 - Promoção da Fotossíntese e do Metabolismo
Aumentam a eficiência da fotossíntese e estimulam o metabolismo, resultando em maior produção de energia e biomassa para a planta.
7 - Estímulo à Relação Simbiótica com Microrganismos Benéficos
Ao melhorar a rizosfera, proporcionam um ambiente ideal para microrganismos que fixam nitrogênio, solubilizam fósforo e inibem patógenos, otimizando a saúde do solo.
8 - Facilidade de Aplicação em Diversas Culturas
Podem ser aplicados de diferentes formas — foliar, no solo ou em sementes — atendendo às necessidades específicas de cada cultivo e etapa de desenvolvimento.
9 - Redução de Impactos Negativos do Estresse Ambiental
Atuam como aliados na agricultura frente à variabilidade climática, contribuindo para a resiliência das plantas e a manutenção da produção.
10 - Compatibilidade com Práticas Agronômicas Modernas
Bioestimulantes são produtos versáteis, complementares a fertilizantes e defensivos agrícolas, integrando-se facilmente a sistemas agrícolas inovadores e eficientes.
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Conclusão
Os bioestimulantes são aliados estratégicos no manejo agrícola, promovendo maior vigor, tolerância a estresses, e qualidade nas lavouras.
Com aplicações práticas e complementares às técnicas tradicionais, esses insumos potencializam o desempenho das plantas, sendo essenciais para enfrentar os desafios atuais do agronegócio.
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Referências
Bertolin, D. C. et al. Aumento da produtividade de soja com a aplicação de bioestimulantes. Bragantia [online]. 2010, v. 69, n. 2 [Acessado 3 Setembro 2024], pp. 339-347. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S0006-87052010000200011>. Epub 02 Mar 2011. ISSN 1678-4499.
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Mordor Intelligence Research & Advisory. (2023, July). TAMANHO DO MERCADO DE BIOESTIMULANTES E ANÁLISE DE PARTICIPAÇÃO – TENDÊNCIAS E PREVISÕES DE CRESCIMENTO ATÉ 2029. Mordor Intelligence. Retrieved November 21, 2024.
Sobre o Autor

Alasse Oliveira
Engenheiro Agrônomo, Mestre e Especialista em Produção Vegetal e, Doutorando em Fitotecnia (ESALQ/USP)