Aplicação de herbicidas: 5 dicas para garantir mais eficiência no campo

Sumário
Descubra como potencializar a aplicação de herbicidas no campo com 5 dicas práticas. Saiba como reduzir perdas, melhorar a eficácia e garantir maior controle das plantas daninhas.
Plantas daninhas são uma das principais ameaças à produtividade agrícola no Brasil, causando prejuízos econômicos consideráveis. Estima-se que, sem o manejo adequado, essas plantas possam reduzir a produtividade em até 50%, dependendo da cultura e do nível de infestação.
Diante disso, a aplicação eficiente de herbicidas se torna essencial para proteger o potencial produtivo das lavouras. No entanto, por que algumas aplicações de herbicidas apresentam baixa eficiência?
Quais fatores técnicos devem ser observados para garantir resultados positivos no campo? E como o uso de tecnologias pode ajudar a evitar erros comuns no manejo?
Neste artigo, apresentamos 5 dicas práticas e embasadas para garantir a aplicação de herbicidas, de forma eficiente, abordando desde a escolha correta dos equipamentos até o manejo adequado das condições climáticas.
Vamos descobrir como evitar desperdícios e, ao mesmo tempo, preservar o meio ambiente e a produtividade agrícola.
Vamos entender mais como ajustar esses fatores?
Boa leitura!
Dica 1: Escolha o herbicida certo para cada situação
A aplicação de herbicidas é uma etapa determinante no manejo de plantas daninhas, garantindo o desenvolvimento adequado das culturas sem interferências competitivas.
Para obter um controle eficiente, é importante considerar fatores como a identificação das espécies presentes, o momento certo para a aplicação e a escolha do mecanismo de ação adequado.
Dica 1: Escolha o herbicida certo para cada situação
O primeiro passo para uma aplicação eficiente é selecionar o herbicida correto para a situação específica da lavoura. Isso inclui identificar:
- Tipo de planta daninha: avalie se as espécies presentes na área são de folha larga, estreita, perenes ou anuais.
- O uso de herbicidas pós-emergentes ou pré-emergentes dependerá do estágio de desenvolvimento da planta daninha.
- Mecanismo de ação: utilize herbicidas com diferentes mecanismos de ação para evitar o surgimento de resistência.
- O uso contínuo do mesmo produto pode selecionar plantas resistentes, comprometendo o controle.
- Cultura plantada: certifique-se de que o herbicida é seletivo para a cultura cultivada, evitando danos à lavoura.
Realize um mapeamento da área para identificar as espécies de plantas daninhas predominantes e, com base nisso, escolha o herbicida e o momento de aplicação mais adequados.
Dica 2: Calibre corretamente os pulverizadores
A calibração correta do pulverizador é essencial para garantir que o herbicida seja aplicado na dose certa, no local correto e de forma uniforme.
Muitos erros de aplicação de herbicidas decorrem de falhas no ajuste do equipamento, resultando em desperdícios ou controle ineficaz.
Passos para calibração de pulverizadores eficiente:
- Verifique os bicos de pulverização: escolha bicos adequados ao tipo de produto e à área a ser tratada. Bicos desgastados ou entupidos podem comprometer a uniformidade da aplicação.
- Regule a pressão: pressões muito altas podem gerar deriva (deslocamento das gotas pelo vento), enquanto pressões muito baixas podem causar distribuição inadequada.
- Ajuste a velocidade: a velocidade do trator ou do autopropelido deve estar em sintonia com a pressão e a vazão, garantindo que a dose recomendada seja aplicada por hectare.
Realize testes de vazão antes da aplicação, usando água, para garantir que os bicos estejam distribuindo o volume correto.

Pulverização de defensivos agrícolas. Fonte: Canva
Tabela de boas práticas e erros comuns na aplicação de herbicidas
A tabela abaixo apresenta as boas práticas e os erros comuns na aplicação de herbicidas. Seguir as boas práticas pode garantir eficiência e reduzir os impactos negativos no campo.
Ao seguir essas orientações, o agricultor pode otimizar os resultados, economizar recursos e evitar impactos negativos ao ambiente e à lavoura. Cada aspecto listado na tabela representa um ponto crítico do manejo, desde a escolha do produto até a adoção de estratégias integradas de controle.
Por exemplo, a escolha inadequada do defensivo pode comprometer toda a operação, especialmente se o produto selecionado não for específico para a praga ou planta daninha identificada.
Da mesma forma, a calibração do equipamento merece atenção, pois erros como bicos entupidos ou pressão inadequada geram falhas na distribuição e aumentam o desperdício.
Aspecto | Boa Prática | Erro Comum |
Escolha do defensivo | Identificar o alvo corretamente e usar o produto adequado. | Uso de produtos genéricos ou inadequados para a praga/doença/planta daninha. |
Calibração do equipamento | Garantir uniformidade na aplicação com pulverizador calibrado. | Aplicação desigual devido a bicos entupidos ou pressão inadequada. |
Condições climáticas | Aplicar em ventos moderados, temperatura abaixo de 30°C. | Aplicação em ventos fortes, alta temperatura ou baixa umidade. |
Preparação da calda | Adicionar produtos na ordem correta e usar água de qualidade. | Misturas incompatíveis ou uso de água com pH fora do ideal. |
Manejo integrado | Combinar defensivos com rotação de culturas e monitoramento. | Focar apenas na aplicação de defensivos, ignorando outras práticas |
Dica 3: Monitore as condições climáticas
As condições climáticas têm um impacto direto na eficiência da aplicação de herbicidas.
Ventos fortes, temperaturas altas e baixa umidade relativa podem causar deriva ou evaporação das gotas antes que o produto atinja o alvo.
Fatores a monitorar:
- Velocidade do vento: deve estar entre 3 e 10 km/h. Ventos mais fortes aumentam o risco de deriva, enquanto ventos muito fracos podem indicar inversão térmica, o que também compromete a aplicação.
- Temperatura: evite a aplicação de herbicidas em temperaturas acima de 30°C, pois isso pode acelerar a evaporação das gotas.
- Umidade relativa do ar: níveis abaixo de 50% aumentam o risco de evaporação.
Utilize aplicativos meteorológicos ou estações climáticas portáteis para acompanhar as condições em tempo real no campo.
Dica 4: Prepare a calda com cuidado
A preparação da calda do herbicida é um momento crítico, onde pequenos erros podem comprometer toda a aplicação.
Seguir as orientações do fabricante e utilizar técnicas adequadas é fundamental para garantir a estabilidade e eficácia do produto.
Passos para uma calda eficiente:
- Adicione os produtos na ordem correta: misturas erradas podem causar precipitação ou incompatibilidade química. Siga a ordem recomendada pelo fabricante, começando com os produtos solúveis e finalizando com os mais densos.
- Utilize água de qualidade: a água usada na calda deve ser livre de sedimentos e possuir pH adequado (geralmente entre 5,5 e 6,5). O pH incorreto pode reduzir a eficácia do herbicida.
- Use adjuvantes: em algumas situações, o uso de adjuvantes (como surfactantes ou redutores de deriva) pode melhorar a aderência e penetração do herbicida nas plantas daninhas.
Sempre faça uma pré-mistura em menor volume para testar a compatibilidade dos produtos antes de preparar a calda final.

Aplicação de defensivos no campo. Fonte: Canva
Dica 5: Realize o manejo integrado de plantas daninhas
Embora a aplicação de herbicidas seja uma ferramenta importante no controle de plantas daninhas, ela deve ser combinada com outras práticas de manejo para garantir resultados duradouros e sustentáveis.
Práticas recomendadas:
- Rotação de culturas: alterar as culturas plantadas reduz a pressão seletiva e dificulta a adaptação das plantas daninhas.
- Cobertura do solo: utilize culturas de cobertura para reduzir o banco de sementes de plantas daninhas e melhorar as condições do solo.
- Controle mecânico: combine o uso de herbicidas com práticas como capinas mecânicas ou gradagens leves para quebrar o ciclo das plantas daninhas.
- Monitoramento constante: realize inspeções regulares na lavoura para identificar possíveis falhas de controle e agir rapidamente.
Adote mapas de infestação e tecnologias como drones ou sensores para monitorar a presença de plantas daninhas e otimizar o manejo.
A aplicação assertiva de defensivos agrícolas é aquela que atinge diretamente o alvo com máxima eficiência, sem desperdícios e com o menor impacto ambiental possível.
Para isso, o agricultor deve investir em capacitação, equipamentos adequados e ferramentas de monitoramento, como sensores e drones.
Descubra como a AgroReceita pode simplificar suas recomendações fitossanitárias
AgroReceita é uma plataforma de inteligência agronômica que disponibiliza um banco de dados das bulas dos herbicidas, em constante atualização, conforme as alterações do MAPA, desempenhando um papel essencial na aplicação correta dos produtos químicos.
Com preenchimento semi-automático dos campos, a plataforma simplifica a emissão do receituário agronômico, disponibilizando:
- todas as frases de modalidade e época de aplicação;
- dosagem recomendada;
- volume de calda;
- cálculo da área a tratar;
- listagem dos produtos mais recomendados, aptos ou não aptos por estados para o controle de pragas, doenças e plantas daninhas das culturas.
Assim o processo se torna mais eficiente, reduzindo erros no momento da prescrição dos defensivos agrícolas.
Aproveite para testar grátis por 14 dias! Preencha o formulário abaixo e descomplique já a prescrição dos defensivos agrícolas:
Conclusão
A aplicação de herbicidas requer atenção a diversos fatores técnicos, desde a escolha do produto até o monitoramento das condições ambientais.
Com base nas 5 dicas apresentadas, é possível otimizar o uso de defensivos agrícolas, reduzir desperdícios e aumentar a eficácia do controle de plantas daninhas.
Ao implementar essas práticas, o agricultor não apenas protege a produtividade da lavoura, mas também contribui para um manejo mais responsável e sustentável, minimizando impactos ambientais e econômicos.
Sobre o Autor

Alasse Oliveira
Engenheiro Agrônomo, Mestre e Especialista em Produção Vegetal e, Doutorando em Fitotecnia (ESALQ/USP)