Herbicidas mais indicados para controle de plantas daninhas

Defensivo agrícola

Herbicidas mais indicados para controle de plantas daninhas: saiba como escolher os melhores produtos para cada situação!

Escolher os  herbicidas mais  indicados para controle de plantas daninhas não é uma tarefa muito simples, há vários herbicidas no mercado, desde produtos isolados até misturas formuladas.

Atualmente há cerca de 800 produtos comerciais para o controle de plantas daninhas.

Mas, como escolher o melhor para a sua recomendação?

Neste artigo, disponibilizamos quatro passos para que você possa seguir no seu planejamento para identificar os melhores defensivos para controle de plantas daninhas.

4 passos para a escolha dos herbicidas mais indicados para controle de plantas daninhas

Para escolher os melhores herbicidas para cada área é preciso identificar corretamente as plantas daninhas.

Após a identificação das principais espécies presentes é hora de escolher os  defensivos agrícolas, de acordo com época de aplicação. 

O último passo é o ajuste da dosagem ideal para a correta aplicação do defensivo. Vejamos agora, os detalhes dos quatro passos: 

Passo 1: Identificação das plantas daninhas

O ideal é que a identificação ocorra até o nível de gênero e espécie, isso porque dentro do mesmo gênero há espécies que são ou não controladas por um herbicida.

Para fazer a identificação você pode caminhar aleatoriamente pela área e ir anotando as espécies que vão aparecendo e dando notas de porcentagem para identificar se elas são mais ou menos presentes.

Sabendo quais são as espécies mais presentes, ou seja, as dominantes nesse sistema, você poderá escolher os herbicidas.

A identificação correta das plantas daninhas é necessária para sabermos se vamos precisar de um herbicida sistêmico (que transloca dentro da planta) ou se um herbicida de contato consegue resolver o problema.

Plantas daninhas que têm reprodução assexuada (bulbos, tubérculos, rizomas, estolão, entre outros), são mais difíceis de controlar, por isso será preciso escolher um produto sistêmico. 

As plantas adultas também são mais difíceis de controlar, exigindo duas ou mais aplicações de herbicidas, sendo que no geral, temos uma primeira aplicação com herbicidas sistêmicos e uma segunda aplicação com herbicida de contato.

Veja, que dependendo das espécies presentes na área, a sua escolha de produtos vai mudar. 

Por exemplo, vamos supor que você vai fazer uma dessecação pré-semeadura e sua área tem muitas espécies de folha larga. Nesse caso, você pode fazer uma primeira aplicação de glyphosate + 2,4-D (ou outro auxínico, caso haja casos de buva resistente) e uma segunda aplicação com diquat ou glufosinate associados já ao pré-emergente.

Veja que a história muda caso haja muitas folhas largas. Nesse caso, na primeira aplicação você vai substituir o 2,4-D por um graminicida e na segunda aplicação você pode associar ou não o graminicida (diferente do que você utilizou na primeira aplicação) com o glufosinate e um pré-emergente com foco em gramíneas. 

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Foto autora. Identificação de plantas daninhas.

Passo 2: Escolher o herbicida

Agora que você já identificou as principais espécies presentes na sua área, é hora de escolher os herbicidas.

Para isso você vai consultar e anotar quais produtos são recomendados para o controle dessas espécies e, que sejam seletivos para a cultura que será ou está instalada.

Nesse ponto você deve analisar:

  • Se o que você precisa é um herbicida sistêmico ou de contato;
  • Se o seu foco é gramíneas, folhas largas ou infestação mista;
  • Escolher produtos adequados para uma boa dessecação pré-semeadura;
  • Escolher herbicidas para utilizar em pré-emergência;
  • Escolher produtos seletivos para a cultura.

Lembre-se que a seletividade do herbicida depende de fatores ligados a planta, ao herbicida e ao ambiente.

Por exemplo: uma mesma cultura, manejada com o mesmo herbicida, em dois lugares distintos. Se for alterado apenas um dos fatores, como a dose, ambiente ou modo de aplicação, o herbicida poderá ser seletivo para a cultura em um local e não seletivo em outro.

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Identificação de plantas daninhas pelo método do quadrado inventário.

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Passo 3: Escolher o herbicida com base nas condições ambientais locais

Esse passo é muito importante, porque a escolha dos melhores defensivos para controle de plantas daninhas na sua área depende também das condições ambientais no momento da aplicação.

É preciso saber se a época que você pretende aplicar o produto é uma estação de alta pluviosidade ou é uma estação de seca.

Essa informação é importante, pois se for uma estação de seca, você deverá priorizar os herbicidas de alta solubilidade em água, baixo coeficiente octanol-água (Kow), baixa volatilidade e que não seja fotodegradáveis. 

Já, se for uma época de muita chuva, você poderá escolher herbicidas de baixa solubilidade em água.

A escolha de um herbicida sem levar em consideração a época do ano em que será aplicado pode levar a perdas do produto.

Por exemplo, caso você posicione um herbicida pré-emergente com alta solubilidade em água, em época de alta pluviosidade, esse produto poderá lixiviar para baixo da camada de solo onde se encontra a maior parte do banco de sementes de plantas daninhas (0 a 10 cm).

Além da perda da eficácia de controle, poderá haver também uma contaminação ambiental. 

Assim, é importante conhecer as características físico-químicas dos herbicidas, para que haja o correto posicionamento do produto, entre essas características tem-se:

  • Solubilidade em água (S ou Sw);
  • Coeficiente de partição octanol-água (Kow);
  • Capacidade de dissociação eletrolítica (pKa);
  • Pressão de vapor (PV);
  • Tempo de meia-vida (t1/2);
  • Coeficiente de sorção (Kd);
  • Coeficiente de sorção normalizado para carbono orgânico do solo (Koc).
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Escolha dos herbicidas com base na infestação de plantas daninhas dominantes na área.

Passo 4: Escolha da dose do herbicida

Agora que você já identificou corretamente as plantas daninhas, escolheu os herbicidas que vai utilizar de acordo com a época do ano, chegou a hora de ajustar a dose.

A dose recomendada do herbicida pode variar com o estádio da cultura e/ou planta daninha.

Em pós-emergência da planta daninha é importante observar que as doses recomendadas são para plantas pequenas. 

Plantas adultas são mais difíceis de controlar, o que pode exigir duas ou mais aplicações.

Isso acontece porque plantas adultas têm maiores quantidade de ceras, mais espessura da cutícula, o que dificulta a absorção do herbicida, além de o caminho de transporte na planta ser maior.

Para aplicações em pós-emergência da cultura é importante observar a recomendação do estádio de desenvolvimento da cultura, pois fora dele poderá ocorrer sintomas de injúrias.

Um exemplo é o uso de herbicidas hormonais na cultura do milho, não sendo recomendada após o estádio V6, pois a partir desse período o ponto de crescimento da cultura está acima do solo.

Para herbicidas pré-emergentes você irá escolher a dose de acordo com a textura e teor de matéria orgânica do solo.

Em solos argilosos a dose recomendada é maior do que em solos arenosos, pois mais herbicida ficará retido nas partículas do solo.

Solos com alto teor de matéria orgânica também irão reter mais herbicida, por isso as doses são maiores.

Aqui é importante ficar atento que alguns herbicidas, devido a sua alta solubilidade em água, não são recomendados para solos arenosos.

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Escolha da dose com base nas características do solo, estádio de desenvolvimento da planta daninha e cultura.

Conclusão

A escolha dos melhores defensivos agrícolas para controle de plantas daninhas pode ser feita com base em quatro passos.

Esses passos incluem a identificação correta das espécies de plantas daninhas presentes na área, a escolha do herbicida com base nas espécies dominantes, na época de aplicação e de acordo com as características físico-químicas do produto e a escolha da dose. 

Sobre o Autor

Ana-Ligia

Ana Lígia Giraldeli

Engenheira Agrônoma formada na UFSCar. Mestra em Agricultura e Ambiente (UFSCar), Doutora em Fitotecnia (Esalq-USP) e especialista em Agronegócios. Atualmente sou professora da UNIFEOB.

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