Como fazer a dessecação pré-plantio da soja
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Sumário
A técnica da dessecação pré-plantio da soja é uma das mais utilizadas no cultivo dessa cultura e consiste na eliminação das plantas daninhas com o uso de herbicidas
A dessecação pré-plantio da soja está entre os principais manejos que devem ser feitos para que a germinação dessa cultura agrícola ocorra de maneira uniforme.
Nessa técnica, as plantas consideradas daninhas são alvo da aplicação de herbicidas específicos, os quais devem ser utilizados conforme recomendações técnicas.
Para maior eficiência na dessecação pré-semeadura da soja, devem ser aplicados os herbicidas mais adequados para determinadas plantas e em doses corretas.
Além disso, é preciso estar atento também à quantidade de aplicações e às condições do clima para que haja o maior nível de eficiência possível. Saiba mais neste artigo!
O que é dessecação pré-plantio da soja?
A dessecação pré-plantio da soja é um manejo geralmente utilizado para culturas de grãos cujo objetivo é eliminar as plantas daninhas presentes na área de produção.
Ao realizar esse manejo, é possível realizar o plantio no limpo, sem a presença de plantas que durante o crescimento da soja podem competir por nutrientes, luz e água.
Esse tipo de manejo serve também para facilitar as operações em campo com a semeadura da soja, já que plantas daninhas atrapalham a introdução das sementes no solo.
Contudo, não é um manejo fácil de ser feito, sobretudo porque pode haver uma diversidade grande de plantas daninhas na área, de modo que seja necessário mais de um herbicida.
Por isso, antes de ser feita a dessecação pré-plantio da soja é preciso observar bem a área e verificar quais são as plantas que estão presentes, bem como o nível de infestação.
E como ao longo dos anos essa prática tem sido recorrente, as plantas estão criando resistência a alguns produtos, a exemplo do Glifosato, herbicida mais utilizado no mundo.
Assim, um dos principais desafios da dessecação pré-plantio tem sido encontrar meios de combater essas plantas tolerantes às aplicações de herbicidas.
Identificação e distribuição de plantas daninhas
No manejo de plantas daninhas para dessecação pré-semeadura da soja, é importante não só identificar quais são as plantas, mas também a sua distribuição na área de produção.
Essas duas informações (tipos de plantas + distribuição) são essenciais para realizar um planejamento de combate eficiente, de modo a atingir objetivos com o mínimo de recursos.
Uma das estratégias que trazem mais resultado é a identificação das plantas daninhas quando elas ainda estão pequenas, pois são mais fáceis de controlar.
Essa identificação é útil para você já saber, com o tempo, quais plantas nascem na área (banco de sementes) e classificá-las conforme as características.
A buva, por exemplo, tem folhas largas, e o capim amargoso, folhas estreitas. Geralmente, elas são de difícil controle, então o recomendado por agrônomos é que sejam feitas aplicações na entressafra.
Resistência das plantas daninhas aos herbicidas
Nem sempre observar o tipo de planta e planejar a aplicação é suficiente.
E por isso é importante ter um registro do histórico de aplicações com detalhes sobre os resultados alcançados: quais plantas resistiram mais ou menos aos herbicidas.
A buva e o capim-amargoso, por exemplo, têm trazido grandes preocupações para as lavouras de soja no Brasil, devido à resistência aos produtos químicos.
Segundo a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), a buva (Conyza spp.) e o capim-amargoso (Digitaria insularis) têm se disseminado com mais facilidade.
A razão disso, de acordo com a Embrapa, é o “abuso no controle químico e a falta de planejamento das atividades agropecuárias”, o que tem provocado a seletividade das plantas.
Esse fenômeno ocorre quando há muitas aplicações do mesmo produto e as plantas, com o tempo, criam resistência e passam essa característica para os seus descendentes.
Plantas daninhas em áreas de plantio direto da soja (Fonte: Embrapa)
Práticas para evitar a resistência das plantas daninhas
A resistência das plantas daninhas aos manejos de controle químico pode ser bastante reduzida com a utilização de técnicas mais eficientes.
Dentre elas estão a rotação de culturas, a adubação verde, o consórcio entre culturas e ainda a rotação do tipo de herbicidas utilizados no combate às plantas daninhas.
Conforme a Embrapa, a semeadura da braquiária logo após a soja, tanto solteira quanto em consórcio com o milho, é capaz de manter baixos níveis de infestação.
Em sistemas com menor ocupação do solo pós-soja, aumenta a importância de espécies mais adaptadas ao sistema de cultivo como a buva, o capim-amargoso, a trapoeraba e corda-de-viola e a erva-de-touro, dentre outras.
É importante também que o cultivo de soja seja realizado seguido pela semeadura na safrinha de espécie que proporciona elevada quantidade de palha residual na entressafra, com distribuição uniforme na superfície do solo.
O consórcio milho-braquiária resulta em menor nível de infestação por plantas daninhas em áreas de sucessão à soja ao longo do tempo de utilização, segundo pesquisas da Embrapa.
Quando fazer a dessecação pré-plantio da soja
A aplicação de herbicidas na dessecação de pré-plantio da soja deve ser feita com 8 a 10 dias, no caso de uma aplicação, e com cerca de 20 a 25 dias antes da semeadura, no caso de duas aplicações, com intervalo de 10 a 15 dias de uma para outra, de acordo com recomendações de agrônomos.
Outra recomendação importante é que a aplicação, para ser mais eficiente, precisa ser feita quando as plantas estiverem com até 12 cm de altura, e caso as plantas estejam maiores que 12 cm é necessário a utilização de herbicidas sistêmicos e de contato.
Clima ideal para aplicação de herbicidas
As aplicações de herbicidas devem ser feitas com umidade relativa do ar superior a 55% e temperatura abaixo de 30º C.
Em dias quentes, tais aplicações não podem ser feitas após as 10h, pois até antes desse horário é possível aproveitar melhor as condições da umidade relativa temperaturas mais amenas.
Como usar o Compêndio Agrícola do AgroReceita na dessecação pré-plantio
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Além disso, você pode utilizar também o app do AgroReceita, que disponibiliza informações sobre a dosagem recomendada, número máximo e mínimo de aplicações, fase da cultura, do solo ou do estágio do problema, volume de calda, intervalo de segurança, modalidade e época de aplicação.
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Conclusão
O manejo de combate às plantas daninhas antes do plantio da soja, ou de qualquer outra cultura, deve ser sempre feito de forma cuidadosa e planejada.
Registrar os resultados das aplicações também é importante para que ao longo dos anos você tenha uma melhor ideia de como as plantas daninhas estão reagindo aos herbicidas.
Ao mesmo tempo, é essencial que você desenvolva outras práticas de manejo que colaboram para a redução da presença de plantas daninhas, como a rotação de culturas, conforme o descrito acima.
Dessa forma, você terá menos problemas com plantas daninhas, seja antes do plantio ou durante o desenvolvimento da soja, o que resultará em redução de custos com herbicidas.
Sobre o Autor
Mario Bittencourt
Jornalista e pós-graduado em Agricultura de Precisão.
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