Época de aplicação de defensivos: o que você precisa saber

Consulta fitossanitária

A aplicação de defensivos agrícolas, seja para prevenção ou ação de combate direto de pragas e doenças, deve ser feita com muita cautela para a maior eficiência possível.

É obrigatório que ela faça parte do planejamento agrícola da fazenda, de modo a antecipar a compra de produtos a preços mais baixos e em quantidades adequadas à lavoura.

Mas a época certa de aplicação de defensivos merece uma atenção especial.

Se essa tarefa não for bem feita, ocorre perda de produtos químicos, dinheiro e, ao invés de resolver o problema da lavoura, pode agravar a situação. Saiba mais neste artigo!

Quando é possível utilizar defensivos agrícolas?

Os defensivos agrícolas podem ser utilizados desde antes da semeadura, quando são feitos tratamentos preventivos nas sementes contra pragas e doenças, a dessecação das plantas daninhas, além de outras ações até o ciclo final das culturas.  

Cada fase da produção agrícola exige um tipo de tratamento com defensivos químicos, cujas fórmulas podem variar conforme os objetivos da aplicação.

Assim, é de grande importância que você saiba a época de aplicação de defensivos químicos, bem como quais serão as suas finalidades.

Um dos principais aspectos que devem ser observados são as condições climáticas, as quais podem ser favoráveis ao aparecimento de pragas que podem causar diversos danos.

Por isso, ao longo dos anos, diversas técnicas de aplicação dos defensivos agrícolas vêm sendo desenvolvidas e aprimoradas com vistas a redução dos danos nas lavouras.

Como as pragas costumam apresentar crescimento ou expansão muito rápido, é preciso que as ações de prevenção e combate sejam feitas no momento exato.

As pragas e doenças podem apresentar dois níveis: 

  • o de controle, quando o ataque da praga está em um estágio ideal para ser eliminado de forma total;
  • o de dano, que se refere aos prejuízos causados pelas pragas e doenças, ultrapassando, assim, o limite do número de controle aceitável.     

Na elaboração do planejamento fitossanitário, é essencial que se tenha um histórico da incidência de pragas e doenças e buscar produtos com fórmulas diferentes, para que elas não criem resistência com o passar dos anos.

Além disso, o planejamento deve incluir também métodos alternativos para a detecção e controle das pragas e doenças, sendo o principal deles o MIP (Manejo Integrado de Pragas).

A rotação de culturas também é um método que auxilia não só no controle das pragas e doenças, mas também no aumento da fertilidade do solo.

Equipamento faz aplicação de defensivo em lavoura.

Qual o processo do ciclo de aplicação dos defensivos?

Se atentar ao ciclo de aplicação de defensivos é de grande importância, já que é necessário fazer um monitoramento com vistas à incidência de pragas ou doenças.

Com isso, determina-se a utilização ou não de um defensivo agrícola, que pode ser biológico, químico ou físico.

Para aplicar, no entanto, é necessário avaliar a interação entre a cultura, a praga, a planta invasora, o produto, o equipamento a ser utilizado e o meio ambiente.

O objetivo dessas observações é a realização de uma aplicação de baixo custo, eficiente e com impacto mínimo no meio ambiente.

Condições ambientais para aplicação de defensivos

A observação do clima para a aplicação é estrategicamente importante porque a absorção e translocação dos produtos depende disso.

A temperatura mínima para a aplicação é de 10ºC, sendo a ideal entre 20 e 30ºC. Já a máxima, é de até 35ºC. 

Altas temperaturas geram volatilização das moléculas e aumento da evapotranspiração das gotas, e as baixas reduzem o metabolismo das plantas, dificultando a absorção. 

Outro fator importante é a umidade relativa do ar, cuja mínima é de 60%, sendo o ideal de 70 a 90%, e a máxima de 95%. 

Não são recomendadas aplicações com ventos a 10 km/h sobre plantas estressadas e em caso de chuva iminente, sob pena de perda da eficiência do tratamento ou dano à lavoura.

Ventos acima de 10 km/h geram deriva e as gotículas não atingem o alvo, podendo chegar a áreas vizinhas e causar danos a outras plantas e insetos.

Em plantas estressadas, ocorre redução da absorção e translocação do produto, reduzindo, assim, o metabolismo das moléculas pela cultura, e a seletividade, no caso dos herbicidas.

As chuvas, logo após a aplicação, podem lavar as moléculas dos produtos na superfície da folha da planta, impedindo a absorção.

Pode pulverizar à noite?

Sim, pois muitas vezes o clima favorece as aplicações à noite, já que na maior parte das vezes a umidade do ar está mais alta, além de serem menores as rajadas de vento e as temperaturas mais amenas.

E, com isso, o tempo de vida da gota pulverizada é maior, aumentando as possibilidades de o produto ser absorvido pelas plantas.

Mas essas condições podem variar de região para região, tendo em vista que alguns locais possuem inversão climática à noite. Em situações como essa, é melhor pulverizar ao amanhecer ou ao entardecer.

Métodos de aplicação de defensivos agrícolas

Os métodos de aplicação de defensivos agrícolas são divididos em sólida, líquida e gasosa, seguindo o estado físico do material a ser usado na aplicação.

Mas o método mais predominante é o que usa a água como diluente para a formação da calda, contudo não é uma regra a aplicação líquida ser sempre com uso de água.

No que se refere às tecnologias de aplicação de defensivos, são usadas máquinas e equipamentos classificados como:

  • Polvilhador: aplicador de pó (grânulos abaixo de 30 µm);
  • Granulador: aplicador de grânulos maiores que 30 µm;
  • Nebulizador: aplicador de gotas menores que 30 µm;
  • Pulverizador: para gotas maiores que µm;
  • Fumigador: para aplicar gases.

Esses equipamentos e máquinas podem ser do tipo estacionários, manual, costal/frontal, montado, de arrasto, aeronave ou autopropelido.

Época certa para aplicação dos defensivos agrícolas

A eficiência na aplicação de defensivos não depende apenas de um bom equipamento ou do defensivo utilizado e da forma correta, mas também de outros fatores de campo.

Abaixo você confere os itens  essenciais para uma boa aplicação e na época certa, que varia em função das características do produto e das condições da lavoura:

  • Nível de infestação de pragas, patógenos ou plantas daninhas;
  • Estágio de infecção das doenças;
  • Estágio de desenvolvimento das plantas daninhas;
  • Condições climáticas (mais detalhes no tópico acima).

Pensando nas boas práticas para a recomendação e aplicação dos defensivos, disponibilizamos um Ebook grátis. Baixe agora e confira: 

Cobertura

Ao observar esses fatores, é preciso buscar ainda atingir o alvo com uma boa uniformidade de aplicação e evitar sobreposições, além de locais sem aplicação.

Dosagem

A aplicação da dosagem certa é importante porque gera economia de custos e minimiza o impacto ambiental, além de assegurar maior eficiência no controle.

Segurança

Independente do nível de toxidade do produto, todos os cuidados com a segurança da aplicação devem ser seguidos para evitar problemas de curto, médio ou longo prazos.

Por isso, o uso dos EPIs (Equipamentos de Proteção Individual) é obrigatório.

Os principais EPIs são: luvas, respiradores, viseira facial, jaleco e calça hidro-repelente, jaleco e calça em não-tecido, boné árabe, capuz ou touca, avental e botas.

Calda: preparo e aplicação

O preparo da calda é a atividade de maior risco, então você deve ter o maior cuidado:

  • antes das aplicações: no transporte, armazenamento em local adequado e preparo.
  • durante as aplicações: seguir as recomendações do rótulo, usar os EPIs, evitar contaminações do meio ambiente, não se alimentar ou fumar;
  • após as aplicações: lavar os equipamentos (tríplice lavagem) e EPIs em local adequado; tomar banho com água e sabão e trocar de roupa.

Aplicação dos defensivos com o AgroReceita

Além desses cuidados relatados acima para a aplicação, é necessário que os receituários dos produtos químicos sejam feitos com base na legislação atual.

Os produtos químicos só podem ser prescritos com observância das recomendações de uso aprovados em rótulo e bula, conforme o Decreto Federal 4.074/02.

Mas usando a plataforma do AgroReceita, você não corre esse risco, já que todas as atualizações de bulas e rótulos de produtos químicos são feitas no sistema, assim que são publicadas no Diário Oficial da União.

Além disso, você pode utilizar o AgroReceita para planejar as suas atividades de campo, ao utilizar as ferramentas de previsão do tempo e de mapas de coordenadas geográficas.

A plataforma possui uma API de integração na qual é possível trocar informações com os ERPs (Sistema de Gestão Integrada), e retornar os dados para a emissão dos receituários.  Já o Compêndio Agrícola, possibilita uma consulta fitossanitária gratuita e ilimitada dos produtos registrados no Brasil.

Conclusão

A aplicação de defensivos agrícolas deve seguir regras para que seja feito de modo a garantir eficiência, redução de custos e baixo impacto ambiental.

Por isso, a época de aplicação de defensivos deve ser bem precisa, o que irá colaborar para as estratégias fitossanitárias, na qual devem estar presentes também outras alternativas, a exemplo do Manejo Integrado de Pragas.

E para sua segurança, emita receituários agronômicos utilizando a plataforma do AgroReceita, pois assim o seu trabalho estará sendo feito com produtos em acordo com a legislação atual.

Sobre o Autor

Autor do texto
Mario Bittencourt
 

Jornalista e pós-graduado em Agricultura de Precisão.

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