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PIB do agronegócio: veja dados atualizados do Brasil

Colheitadeira no campo

Sumário

Entenda também como o PIB do agronegócio evoluiu nos últimos anos, os fatores contribuíram e como sua revenda pode se posicionar nesse cenário

Notícias sobre o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) do agronegócio brasileiro são sempre animadoras, ainda mais quando se vê que a contribuição da agropecuária é bem maior que a de outros setores da economia.

Não à toa, ouve-se por aí que “o agro leva o Brasil nas costas”. E é o que os dados demonstraram numa pesquisa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Segundo o órgão federal, no primeiro trimestre de 2025 o PIB do Brasil cresceu 1,4% em relação ao último trimestre de 2024, puxado pela alta de 12,2% no agro. Enquanto isso, o setor de serviços aumentou só 0,3% e a indústria reduziu 0,1%.

Revendas e cooperativas agrícolas precisam cada vez mais entender esse cenário de crescimento do PIB do agro e se posicionarem diante dele, ao fazer com que esses bons momentos sejam melhores aproveitados para alavancar as vendas.

Para isso, é preciso entender como os números são formados, analisar dados históricos, ramos e categorias que contribuem para o PIB no agro, seus potenciais riscos internos e externos e, a partir disso, criar estratégias que envolvem a área comercial e de marketing. Saiba mais neste artigo!

O que é o PIB do agronegócio e por que ele é importante?

O PIB do agronegócio é a soma dos bens e serviços produzidos pelo setor agropecuário e suas atividades relacionadas, em um determinado período e local, sendo de grande importância para acompanhar o desenvolvimento deste setor e sua influência no contexto macroeconômico nacional.

No Brasil, os dados sobre o PIB do agronegócio são divulgados de forma oficial pelo IBGE e extraoficial por centros de estudo e entidades de classe, como o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) e a CNA (Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil).

Como o PIB do agro é calculado

O PIB do agro é calculado com base nos bens e serviços finais produzidos pelo setor. Contudo, há diferenças, por exemplo, na forma como o IBGE e o Cepea/CNA realizam os cálculos. Os dados do IBGE, por exemplo, são do SCNT (Sistema de Contas Nacionais Trimestrais), do próprio órgão federal.

O SCNT apresenta os valores correntes e os índices de volume trimestralmente para o PIB a preços de mercado, impostos sobre produtos, valor adicionado a preços básicos, consumo pessoal, consumo do governo, formação bruta de capital fixo, variação de estoques, exportações e importações de bens e serviços.

O sistema oficial considera, assim, apenas as atividades de “dentro da porteira” para compor o PIB do agro. O IPEA (Instituto de Pesquisas Sociais Aplicadas) e o Banco Central do Brasil consideram em seus cálculos do PIB nacional os dados do LSPA (Levantamento Sistemático da Produção Agrícola), do IBGE. São, portanto, dados de “dentro da porteira”.

Já o Cepea/CNA, inclui insumos, o setor primário (agropecuária) e a agroindústria, que também são conhecidos como “agrosserviços”.

São analisados pela CNA/Cepea a produção de insumos para a agropecuária, a própria agropecuária, as agroindústrias de processamento dessas matérias-primas e a distribuição e demais serviços necessários para que os produtos agropecuários e agroindustriais cheguem ao consumidor final.

Indicadores principais do PIB do agronegócio

  • PIB-renda do agronegócio: reflete a renda real do setor, sendo consideradas no cálculo variações de volume e de preços reais, sendo estes deflacionados pelo deflator implícito do PIB nacional;
  • PIB-volume do Agronegócio: PIB do agronegócio pelo critério de preços constantes. Resulta daí a variação apenas do volume do PIB.

De acordo com o Cepea/CNA, seu foco de análise é o PIB-renda do agronegócio, cujas variações não são comparáveis às variações de PIB divulgadas pelo IBGE. A título de comparação com o indicador do IBGE pode ser utilizado o PIB-volume do agronegócio. 

Uma outra distinção importante entre números Cepea e IBGE é que as variações de PIB do Cepea também consideram preços reais, tanto de produtos, quanto de insumos em cada segmento do agronegócio.

As variações de PIB calculadas para cada período consideram igual período do ano anterior como base para o comportamento interanual, exceto para as quantidades referentes às safras agrícolas (e algumas produções agroindustriais, como açúcar e etanol), para as quais computa-se a previsão para o ano, frente ao ano anterior. 

Cada relatório considera os dados disponíveis até o seu fechamento. Edições futuras recebem informações atualizadas e ocorrem alterações nos resultados, mesmo nos períodos e anos passados. Recomenda-se, assim, sempre o uso do relatório e dados mais atualizados.

Quais setores compõem o PIB do agronegócio

    • insumos: produção e comercialização de bens utilizados na produção agrícola, como fertilizantes, sementes, defensivos agrícolas, máquinas e equipamentos;
    • agropecuária: envolve o cultivo de plantas e a criação de animais;
    • agroindústria: diz respeito à transformação dos produtos agropecuários em produtos industrializados, como alimentos, bebidas e têxteis;
    • agrosserviços: abrange serviços como transporte, armazenagem, comércio, financiamento, pesquisa e desenvolvimento. 

      O PIB do agronegócio é composto por quatro segmentos: insumos, agropecuária (primário), agroindústria e agrosserviços.

E cada setor pode ser dividido também por ramo agrícola e ramo pecuário.

Panorama atual do PIB do agronegócio no Brasil

Os dados mais recentes sobre o PIB do agronegócio, divulgados pelo IBGE, apontam que o setor foi o que mais contribui para o crescimento do PIB do Brasil, de 1,4%, na comparação entre o último trimestre de 2024 com o primeiro trimestre de 2025. 

De acordo com o órgão federal, “as altas na Agropecuária (12,2%) e nos Serviços (0,3%) contribuíram para o crescimento. Já a Indústria apresentou pequena variação negativa (-0,1%), considerada estabilidade”. O bom momento do setor agropecuário, segundo a explicação do IBGE, é por conta das “condições climáticas favoráveis”.

Sob ótica da produção, o setor agropecuário tem peso de 6,5% na economia, segundo o IBGE.

Sob ótica da produção, o setor agropecuário tem peso de 6,5% na economia, segundo o IBGE. (Reprodução IBGE)

Os dados mais recentes da pesquisa do Cepea/CNA apontam que o PIB agropecuário cresceu 4,48% no quarto trimestre de 2024, resultado que reverteu o movimento de queda anual que era observado até o terceiro trimestre. No acumulado de 2024, o PIB do agro avançou 1,81%.

No quadro abaixo, é possível ver o desempenho por setores e ramos:

SetoresInsumosPrimárioAgroindustriaAgrosserviçosTotal
Agronegócio-4,65-0,162,943,251,81
Ramo Agrícola-6,97-3,54-0,44-1,86-2,19
Ramo Agropecuário1,236,5516,7816,7912,48

Taxa de variação acumulada do PIB do agronegócio por setores e categorias, no quatro trimestre de 2024. (Fontes: Cepea e CNA Brasil)

Ao considerar também o desempenho da economia brasileira como um todo, o PIB do agronegócio correspondeu a 23,2% do PIB do Brasil em 2024, ligeiramente abaixo dos 23,5% registrados em 2023, segundo dados do Cepea/CNA.

Pesquisadores avaliam que o avanço de 12,48% no ramo pecuário foi determinante para o desempenho geral do setor, compensando o recuo de 2,19% no ramo agrícola.

O grande destaque foi a alta no ramo pecuário em 2024, impulsionada por todos os segmentos, sobretudo agroindústria e agrosserviços, que avançaram 16,8%.

Projeções do PIB do agro para 2025

A projeção de crescimento do PIB do agro para 2025 é de 5% a 6,5%, segundo dados da CNA e do Banco Central do Brasil, respectivamente.

Ambos consideram como principal motivador para esse crescimento a produção recorde de grãos, estimada pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) em 336,1 milhões de toneladas, 13% a mais que na safra passada. A CNA ainda projeta o crescimento da indústria de insumos e da agroindústria exportadora.

Fatores internos e externos podem influenciar nos resultados do PIB do agro até o final do ano, a exemplo do acordo Mercosul-União Europeia, as disputas geopolíticas entre Estados Unidos e Rússia ou Estados Unidos e China, os conflitos no Oriente Médio e a entrada em vigor da Lei Antidesmatamento da União Europeia (EUDR).

Outras preocupações do setor são com o:

  • dólar: apesar de a valorização favorecer as negociações antecipadas das principais commodities agrícolas, ela pressiona os custos de insumos, como fertilizantes e pacotes tecnológicos, para o produtor brasileiro, por serem, em boa parte, importados;
  • taxa básica de juros – Selic: é esperada a manutenção da taxa Selic em patamar elevado, atualmente, em 14,75% ao ano. Juros altos impactarão negativamente as concessões de crédito em 2025;
  • inflação: é projetada desaceleração nos preços dos alimentos, com alta de 5,75% em 2025, comparada a 8,49% em 2024, devido à recuperação da safra agrícola. O Índice de preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deve arrefecer para 4,59% ao ano, ficando acima do teto da meta de inflação de 4,50% para o ano que vem;
  • crédito: o agro precisará se organizar para fortalecer a gestão de riscos, manter o crescimento das fontes alternativas de financiamento, como o mercado de capitais, e adotar estratégias que assegurem a sustentabilidade econômica diante do aumento nos custos de produção;
  • seguro: O orçamento do PSR (Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural) não deve sinalizar aumento para o próximo ano. O recurso previsto de R$ 1,06 bilhão é insuficiente diante da demanda do setor por R$ 4 bilhões. No entanto, o agro aposta em novas alternativas para modernizar o seguro, como o Projeto de Lei 2.951/2024, que traz mudanças no Fundo Catástrofe e outros pontos que devem consolidar a ferramenta.

VBP do agronegócio 2025

Em 2025, o VBP (Valor Bruto da Produção) está estimado em R$ 1,34 trilhão, o que representa leve aumento de 0,3% em relação ao ano anterior, segundo dados da CNA.

O resultado é puxado pela receita agrícola de R$ 886,55 bilhões, mesmo com redução projetada de 2,5%. Já a receita pecuária deve crescer 6,2%, atingindo R$ 453,3 bilhões.

Para 2025, a expectativa é de crescimento de 7,4% comparado a 2024, totalizando uma receita de R$ 1,43 trilhão.

O segmento agrícola deve alcançar R$ 937,55 bilhões, mostrando a recuperação da produção após a quebra de safra em 2024.

Já o VBP da pecuária deve crescer 9,2%, alcançando R$ 495,13 bilhões, com destaque para a bovinocultura de corte, que deve registrar, puxada pelos preços, crescimento de 20,9%.

A contribuição da AgroReceita para o avanço do agronegócio

A AgroReceita está inserida no setor de agrosserviços, o que mais tem contribuído para o crescimento do PIB do agronegócio no Brasil, sobretudo no ramo pecuário, segundo dados do Cepea/CNA. 

Nos agrosserviços é onde estão presentes atividades especializadas voltadas para o maior desenvolvimento do setor, principalmente com tecnologia e inovação para o produtor rural, sendo o subsetor de proteção de cultivos um dos mais importantes, tendo em vista a grande incidência de pragas e doenças nas lavouras do Brasil.

A plataforma da AgroReceita, neste contexto, oferece o que há de mais avançado em emissão digital de receituário agronômico, com agilidade e segurança, contribuindo para que profissionais da área de agronomia e engenharia florestal, além de técnicos agrícolas, possam realizar o seu trabalho com mais eficiência.  

Ao utilizar a plataforma digital, é possível ter acesso aos produtos fitossanitários com suas respectivas bulas atualizadas por estado, o que é feito pelo sistema de forma automatizada, sempre que surge nova atualização pelo Mapa (Ministério da Agricultura e Pecuária).

Além da consulta fitossanitária dos agroquímicos registrados no Brasil, você pode verificar a dosagem recomendada, volume de calda e cálculo da área tratada, selecionar a cultura e a praga/doença, o que contribui para um diagnóstico mais assertivo e uma lavoura mais produtiva.

Ao atuar com a AgroReceita, seu trabalho técnico estará menos suscetível a erros e ganhará tempo, não tendo necessidade, por exemplo, de impressão, já que tudo é feito de forma digital, incluindo sua assinatura eletrônica no receituário.

Um outro benefício de emitir o seu receituário agronômico com a plataforma da AgroReceita é que o sistema permite a integração com revendas e lojas agropecuárias de cooperativas agrícolas, possibilitando maior controle sobre os receituários emitidos e a análise de dados sobre as vendas dos produtos.

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Como sua revenda pode se beneficiar do crescimento do PIB agro

A principal forma de posicionar sua revenda no crescimento do PIB do agronegócio é por meio da criação de estratégias de vendas com base em análise de dados por setor e sua contextualização local ou regional.

O PIB do agro, vale lembrar, expõe um panorama macroeconômico do setor no país, podendo não refletir situações peculiares da sua área de atuação. Contudo, ele serve como parâmetro importante para analisar quais são os setores e ramos que mais têm se destacado.

É o caso, por exemplo, do setor de agrosserviços no ramo pecuário, um dos principais destaques no PIB. Com auxílio do sistema de CRM da AgroReceita, você pode analisar os dados de vendas, verificar quais ramos são os seus maiores clientes e comparar com os dados do PIB, se mostram a mesma realidade ou não.

Possivelmente isso ocorrerá, sem muitas margens de diferença, até mesmo porque o sistema agropecuário brasileiro possui uma sazonalidade bem definida para quase todo o país, e os custos de produção variam de forma razoável de um estado para o outro.

Mas um fato é: o crescimento do PIB do agro, e bem acima de outros setores, como serviços e indústria, são bastante animadores para todo o setor, e servem para criar uma atmosfera de boas energias para as negociações, com aumento do otimismo e do bom humor com a equipe comercial.

Estratégias de vendas, promoções e ações de marketing, como dias de campo em fazendas, podem ser melhor aproveitados nesses momentos de euforia, o que serve para fortalecer os relacionamentos com os clientes, fidelizando-os e contribuindo também com a divulgação boca-a-boca, talvez a mais importante ação de marketing no agro.

Conclusão

O PIB do agronegócio brasileiro reflete sempre um momento específico das atividades econômicas que envolvem o setor, geralmente em nível nacional.

São informações de grande relevância para revendas e lojas agropecuárias de cooperativas agrícolas, seja para analisar cenários nacionais ou locais, e estabelecer estratégias para vendas de insumos e outros produtos.

Setores como o de agrosserviços têm sido essenciais para o crescimento do PIB do agro, como mostram os dados mais recentes, e é nesse contexto que está inserida a plataforma da AgroReceita, por meio da digitalização da emissão do receituário agronômico, com agilidade e segurança.

Mas, para além disso, a plataforma digital favorece a análise de dados por meio do sistema do CRM, possibilitando que os dados do PIB do agro sejam melhor correlacionados com a realidade local de cada revenda ou loja agropecuária.

Assim, ao atuar com a AgroReceita você estará aperfeiçoando os seus serviços e contribuindo com o crescimento do PIB do agronegócio no Brasil.

Sobre o Autor

Autor do texto

Mário Bittencourt

Jornalista, SEO Copywriter e Mestre em Agricultura de Precisão pela UFSM

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