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Saiba tudo sobre pontas e bicos de pulverização agrícola

Pulverização agrícola com foco nos bicos e pontas para aplicação de agrotóxicos

Sumário

Pontas e bicos de pulverização são utilizados como termos sinônimos, mas correspondem a estruturas diferentes. Veja o guia completo e boas práticas.

Na aplicação de defensivos agrícolas, é de grande importância o conhecimento sobre as pontas e bicos de pulverização para a execução correta do serviço e a sua eficiência.

O bico é composto por todo o conjunto da estrutura de fixação na barra: corpo, peneira, ponta e capa. Assim, a ponta é um componente do bico e é a responsável pela formação das gotas durante a aplicação.

Há diversos tipos de pontas e bicos de pulverização agrícola. Neste artigo, você vai saber quais são, suas finalidades e as boas práticas de utilização. Confira!

Quais os tipos de bicos de pulverização?

Os tipos de bicos de pulverização são o tipo leque, de impacto, cone vazio e cone cheio. Eles são os principais, e além deles há também os bicos especiais.

Bico tipo leque

O bico tipo leque pode ser encontrado em dois formatos de plano: padrão e uniforme. 

Enquanto o leque padrão é voltado para equipamentos de pulverização de barra e cruza os jatos para uniformizar a distribuição do defensivo, o uniforme possui uma dose consistente para todos os tipos de aplicação, sem precisar de sobreposição para ficar uniforme. 

No caso de pulverizadores costais e do tratamento de áreas específicas, o formato mais utilizado é o do plano uniforme.

Bico de impacto

Trabalha em ampla escala de pressão (15 a 90 psi) e é muito recomendado para aplicação de defensivos. Seus jatos em forma de leque possuem ângulo de 110º a 140º e pressão de 0,7 a 1,8 bar, o que torna as gotas mais precisas.

Bico cone vazio

Neste tipo de bico, a distribuição do produto é uniforme e radial, o que evita a formação de gotículas no núcleo. Suas gotículas são em tamanho reduzido, com pressões de 2 a 10 bar e abertura de 20º a 100º. É muito utilizado em atomizadores de barra e turboatomizadores.

Bico cone cheio

Áreas com muita densidade foliar são as mais recomendadas para a aplicação de defensivos com bico de cone cheio, pois ele pulveriza de maneira circular e no centro, com ângulos de 20º a 100º.

Bicos especiais

Os mais destacados são os de indução de ar (ideal para plantas eretas), os defletores (com jato de água em forma de leque devido ao choque contra a superfície inclinada) e os de leques duplos (um para frente e outro para trás).

Trator pulverizando plantação com defensivos agrícolas

Trator pulverizando plantação com defensivos agrícolas. (Fonte: Canva)

Tipos de pontas de pulverização agrícola

As pontas de pulverização são de vários tipos. Elas são classificadas em função da energia utilizada para a formação das gotas, que podem ser pequenas (<200 µm), médias (200-400 µm) e grandes (> 400 µm).

Cada tipo de ponta produz um aspecto de tamanho de gotas, larguras e padrões de deposição, sendo, por isso, muito importante escolher o tipo de ponta mais adequada ao trabalho a ser realizado.

Para as aplicações agrícolas, as pontas hidráulicas são as mais utilizadas. Nelas, um líquido sob pressão é forçado através de uma pequena abertura, espalhando o líquido e formando uma lâmina que posteriormente se desintegra em gotas de diferentes tamanhos.

Funções das pontas hidráulicas de pulverização:

  • Determinar a vazão: tamanho do orifício, características do líquido e pressão;
  • Distribuição: modelo da ponta, característica do líquido e pressão;
  • Tamanho das gotas: modelo de ponta, características do líquido e pressão.

Pontas de jato plano

As pontas de jato plano são também conhecidas como “leque” ou de “impacto”. Elas produzem jato em um só plano e o seu uso é indicado para alvos planos, a exemplo de culturas anuais, como a soja.

Além de muito indicada para a aplicação de herbicidas, na superfície do solo, a ponta de jato plano pode ser usada para aplicação de inseticidas e fungicidas no solo, uma vez que para seleção da ponta, deve-se considerar os fatores que qualificam sua função (vazão, distribuição e tamanho de gotas geradas) e o alvo.

As pontas de jato leque ainda são divididas em:

  • padrão: formato elíptico ideal para utilização em barras;
  • uniforme: utilização em faixas, sem sobreposição;
  • baixa pressão: trabalham a pressões mais baixas que a padrão, produzindo gotas maiores;
  • redutora de deriva: proporciona gotas mais grossas e reduz o número de gotas pequenas com tendência de deriva;
  • injeção de ar: possui uma câmara onde a cauda é misturada ao ar succionado por um sistema venturini, proporcionando gotas mais grossas e reduzindo o número de gotas pequenas;
  • leque duplo: possui orifícios idênticos que produzem um leque voltado 30º para frente e 30º para trás em relação à vertical.

Essas pontas são produzidas em uma grande variedade de tamanho e ângulos de abertura do leque, embora os de uso mais frequentes sejam os de 80º a 100º. Pontas de ângulo maior possuem leque maior, mas geralmente produzem gotas menores.

Pontas de jato cônico

A principal característica desses tipos de pontas é que elas são compostas por dois componentes denominados de ponta (ou disco) e núcleo (difusor, caracol, espiral ou core), além de poderem ser encontradas como peças separadas ou incorporadas em uma única peça. Podem ser de dois tipos: “cone vazio” e “cone cheio”.

No cone cheio, o núcleo possui também um orifício central, que preenche com gotas o centro do cone, proporcionando um perfil de deposição mais uniforme que o do cone vazio, sendo mais recomendado em pulverizações com barras em tratores.

As pontas de jato cônico são utilizadas na pulverização de alvos irregulares, como por exemplo as folhas de uma cultura, pois como as gotas se aproximam do alvo de diferentes ângulos, proporcionam uma melhor cobertura das superfícies. 

Um ponto importante a se atentar é que para uma mesma ponta, o tamanho das gotas diminui à medida que a pressão aumenta. Para uma mesma pressão e tipo de ponta, o tamanho de gotas aumenta com o diâmetro de abertura da ponta.

Os fabricantes de pontas possuem catálogos que informam o tipo de pulverização gerado pelas pontas (muito fina, fina, média, grossa, muito grossa), nas diferentes pressões recomendadas, para permitir a avaliação do grau de risco de deriva e evaporação.

Boas práticas para o uso de pontas e bicos de pulverização

A utilização das práticas adequadas durante o trabalho no campo podem favorecer a um maior tempo de uso das pontas e bicos de pulverização, como por exemplo:

  • respeitar a pressão de trabalho recomenda, já que o material, o design e o tipo de bico são fatores que definem os limites mínimos e máximos de pressão operacional;
  • limpeza adequada: use sempre escova ou ar comprimido para limpeza, nunca arames, estiletes e outros materiais que podem comprometer o desempenho do equipamento e o desgaste prematuro;
  • atenção à prescrição de defensivos: fique atento a isso, pois produtos com partículas suspensas dotadas de maior dureza que o material das pontas de pulverização podem levar ao desgaste. Assim, opte por formulações mais elaboradas

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Como escolher bicos de pulverização

Você deve selecionar o tipo e tamanho de bicos mais adequados selecionados em função do produto fitossanitário que se deseja aplicar da superfície a ser tratada e do volume de calda necessária.

Não há uma ponta ou bico pulverizador para cultivos. Qualquer seleção, depende das circunstâncias do local, estágio de desenvolvimento da cultura, alvo a ser atingido, temperatura e umidade, equipamento utilizado e da área agrícola. Essencial é saber qual tipo de ponta ou bico utilizar em cada situação.

Conclusão

O conhecimento sobre as pontas e bicos de pulverização, tipos existentes, finalidades e boas práticas que favorecem a sua durabilidade e eficiência é essencial para o sucesso da aplicação de defensivos agrícolas.

O uso adequado desses equipamentos pode favorecer, inclusive, a economia do uso de defensivos. Portanto, busque conhecer o melhor tipo de ponta e bico para a sua aplicação.

Se atente também para a prescrição de defensivos e procure utilizar produtos com partículas mais elaboradas, que causam menos desgaste às pontas e bicos. Planeje a sua aplicação com antecedência e na dúvida consulte alguém com mais experiência.

Sobre o Autor

Autor do texto

Mário Bittencourt

Jornalista e pós-graduado em Agricultura de Precisão.

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