Safra 2025/26: como será o custo de produção agrícola

Sumário
Na safra 2025/26, o custo de produção agrícola será influenciado pelos insumos, crédito rural e câmbio, com redução de margem de lucro para o produtor
O custo de produção agrícola é um indicador essencial para a gestão financeira da fazenda e vem ganhando destaque cada vez maior no agronegócio brasileiro, com a profissionalização do setor.
Ele é composto pela soma de todos os valores gastos numa safra e auxilia no planejamento, controle de despesas, investimentos e na comercialização, tendo influência direta na rentabilidade agrícola.
Assim, a cada safra, é necessário fazer o planejamento dos custos e se atentar para os fatores que podem influenciar na rentabilidade, como insumos agrícolas, crédito rural e câmbio.
Para a safra 2025/26, por exemplo, esses fatores serão fundamentais para uma maior lucratividade, mas a previsão de especialistas é de uma leve redução na margem de lucro, conforme vamos mostrar neste artigo. Confira!
O atual do custo de produção agrícola no Brasil
O custo de produção agrícola tem passado por baixas oscilações no Brasil. Na soja, por exemplo, segundo dados do projeto Campo Futuro, da CNA (Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária), o custo operacional efetivo médio ficou estável entre as safras 2024/25 e 2025/26.
O problema, no entanto, está na margem bruta: o recuo de quase 48% deve reduzir o ganho médio em regiões como Mato Grosso, Paraná e Goiás, passando de R$ 2.325,50/ha em 2024/25 para R$ 1.219,60/ha em 2025/26, com perda equivale a 10,3 sacas por hectare.
Ainda de acordo com a CNA, o cenário é ainda mais desafiador para quem trabalha com áreas arrendadas, onde a margem bruta projetada é negativa, de -R$ 229,50/ha, retração de R$ 752,40/ha em relação à safra anterior.

Gráfico mostra evolução do custo de produção por saca de soja nas principais regiões produtivas, entre 2019 e 2024. (Fonte: Conab)
Outro ponto sensível no cenário atual do custo de produção agrícola é o financeiro, por conta das maiores taxas de juros já vistas na história do Plano Safra, que disponibilizou R$ 516 bilhões em crédito para a safra 2025/26.
Para o Pronamp (Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor), por exemplo, os juros ficaram em 10% e em linhas como Moderfrota eles chegam a 13,5%.
Para o custeio, os grandes produtores agora pagam até 14% ao ano, o que significa que, além dos custos de insumos, o acesso ao crédito poderá pressionar também o caixa.
Como calcular o custo de produção agrícola
O custo de produção agrícola no Brasil pode ser feito, preferencialmente, usando dois métodos: o da CNA/Cepea e o da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento). Ambas utilizam painéis regionais para obter informações junto a produtores e técnicos, mas há diferenças na forma de classificar os custos.
Método da CNA/Cepea para calcular o custo de produção
Em sua metodologia, a CNA/Cepea, por meio do Projeto Campo Futuro, divide o custo em três escalas:
- COE (custo operacional efetivo): inclui todas as despesas diretas e desembolsadas no ciclo, como insumos e operações;
- COT (custo operacional total): adiciona itens como depreciação de máquinas e o pró-labore do gestor;
- e CT (custo total): incorpora o custo de oportunidade da terra e do capital investido, mostrando se a atividade é mais vantajosa do que outras aplicações financeiras.
Esse método tem como vantagem a praticidade, permitindo calcular indicadores como a margem bruta (receita bruta – COE) e de forma intuitiva.
Método da Conab para calcular o custo de produção
A metodologia da Conab para o custo de produção envolve a segmentação dos custos entre variáveis e fixos. O Custo Variável abrange tudo que é necessário para colher a safra, enquanto o Custo Operacional soma todo esse custo a uma parcela dos custos fixos, como depreciações.
O Custo Total da Conab também inclui a remuneração dos fatores de produção (terra e capital). A vantagem desse método é a alta transparência e o detalhamento público dos cálculos.
O que esperar do custo de produção na safra 2025/26?
s principais pontos de atenção para o custo de produção e a margem de lucro na safra 2025/26 são a queda de 13,3% no preço médio da soja e, em contraste, o aumento de 17,7% nas despesas com fertilizantes.
Esse cenário desfavorável poderá ser parcialmente amenizado com a redução dos custos de alguns insumos, como defensivos agrícolas (6,1%), sementes (-9,3%) e operações mecânicas (-0,3%).
Com isso, o orçamento total de custos deverá apresentar variação positiva de 0,4%, mas com impacto severo na rentabilidade, pressionando a produtividade mínima necessária para equilibrar as contas.
Em Sorriso (MT), por exemplo, estima-se que serão necessárias 57 sc/ha para cobrir o custo operacional efetivo e 77 sc/ha para para quitar o custo total, números que se aproximam ou superam a média histórica local, de 59 sc/ha.
O panorama é semelhante para outras regiões importantes:
- Rio Verde (GO): 53 sc/ha para o custo operacional efetivo e 76 sc/ha para quitar o custo total, sendo a média de 66 sc/ha;
- Maracaju (MT): 42 sc/ha (custo operacional efetivo) e 63 sc/ha (custo total), com média de 60 sc/ha;
- Cascavel (PR) e Carazinho (RS): 45 sc/ha (custo operacional efetivo) para ambas, e 80 sc/ha e 76 sc/ha (custo total), respectivamente, com produtividade média de 55 sc/ha.
Nesse contexto, os custos de produção vão exigir mais atenção de produtores de regiões que ainda se recuperam de prejuízos de safras anteriores e estão com capacidade de investimento reduzida.
E o desafio deve ser amplificado pelo contexto macroeconômico, com juros elevados, crédito escasso e exigências de garantias rigorosas para financiamentos.
É importante destacar que essas projeções estão sujeitas a ajustes conforme as safras globais evoluem, devendo ter atenção, por exemplo, com o desempenho das lavouras dos EUA, vulneráveis a intempéries, e as tensões comerciais entre EUA e Rússia/China.
Como a AgroReceita pode auxiliar a reduzir seu custo de produção
Num cenário de previsão de margens reduzidas, a gestão precisa dos insumos agrícolas, a exemplo dos agrotóxicos, é essencialmente estratégica para uma melhor rentabilidade na safra 2025/26. E a plataforma da AgroReceita pode te auxiliar neste desafio, servindo como ferramenta para otimizar os custos operacionais.
Isso porque a plataforma de agricultura digital possui um banco de dados de defensivos agrícolas em constante atualização, conforme as legislações federal e estaduais, o que garante redução de riscos, tendo em vista que as recomendações técnicas estão em conformidade com as bulas dos produtos.
Essa precisão evita erros de prescrição que poderiam levar a aplicações ineficientes ou até mesmo a multas por descumprimento da legislação.
Com a AgroReceita, é possível ter um maior controle sobre os insumos fitossanitários, já que o compêndio agrícola permite consultar rapidamente os produtos indicados para cada cultura, praga ou doença, com dosagens recomendadas e volumes de caldas adequados.
Ao usar a plataforma, você ganha agilidade: a emissão de receituários pode ser emitida em menos de um minuto, com validade jurídica. Você economiza tempo e recursos operacionais.
Além de usar o sistema de gestão no computador, você pode acessá-la por meio do aplicativo em seu aparelho móvel, o que permite tomar decisões no campo e planejar ações, compartilhando as informações com seus parceiros de trabalho.
Para propriedades rurais maiores, é possível fazer a integração de ERPs via API, centralizando a gestão de todas as operações, e contribuindo para auxiliar seu agronegócio num cenário de margens apertadas, como o da safra 2025/26.
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Conclusão
A safra 2025/26 será um período de desafios significativos para o produtor rural, marcado por uma combinação de fatores que pressionam a rentabilidade.
Analistas de mercado apontam que, apesar de o custo operacional efetivo ter se mantido relativamente estável, a redução das margens exigirá uma gestão ainda mais eficiente dos recursos.
Fatores como o aumento dos fertilizantes, somado à queda projetada dos preços das commodities agrícolas e o cenário de crédito rural com juros altos, criam um ambiente onde a otimização de cada item do custo se torna decisiva para o equilíbrio financeiro da propriedade.
Neste contexto, a adoção de plataformas como a da AgroReceita, é uma necessidade estratégica para a gestão dos custos de produção e das operações da fazenda.
Sobre o Autor

Mário Bittencourt
Jornalista, SEO Copywriter e Mestre em Agricultura de Precisão pela UFSM