10 cuidados para o controle de pragas na agricultura
Sumário
Os mecanismos para o controle de pragas na agricultura têm passado por uma evolução com o passar dos anos, o que exige cuidados na emissão de receituários.
Emitir receituários agronômicos para o controle de pragas na agricultura é uma tarefa que exige cuidados e conhecimento técnico, para que o problema seja sanado o quanto antes.
Afinal, insetos, fungos e outros organismos nocivos ao desenvolvimento da planta podem colocar uma lavoura inteira a perder, então não é recomendável apostar em aventuras.
Mas realizar todos os procedimentos e cuidados para a emissão do receituário não é algo que se aprende da noite para o dia.
Neste artigo, você verá os 10 principais cuidados para realizar bem esta tarefa. Boa leitura!
Como fazer o controle de pragas na agricultura?
O principal meio de controle de pragas na agricultura é o uso de defensivos químicos específicos que só devem ser utilizados mediante emissão do receituário agronômico.
Para que você ganhe tempo e tenha mais assertividade em suas atividades agrícolas, disponibilizamos um Checklist contendo o passo a passo para a prescrição de suas receitas agronômicas.
A utilização correta dos defensivos químicos serve tanto para prevenir quanto para combater as pragas que afetam a produção agrícola e impedem as plantas de se desenvolverem.
E, assim como as doenças, as pragas na agricultura tem sido um problema cada vez maior e a situação tem se agravado mais ainda por conta das mudanças climáticas.
Segundo a ONU (Organização das Nações Unidas), as pragas agrícolas estão mais destrutivas e resistentes aos defensivos químicos, e isso é efeito das mudanças climáticas.
Publicado em 2021, o estudo “Revisão científica do impacto das mudanças climáticas nas pragas e plantas” afirma que 40% da produção agrícola mundial vem sendo perdida para as pragas.
“As doenças nas plantas roubam a economia global em mais de US$ 220 bilhões anualmente. As pragas invasoras custam aos países pelo menos US$ 70 bilhões e também são um dos principais responsáveis pela perda da biodiversidade”, diz o relatório.
Principais pragas da agricultura
Ainda de acordo com este relatório da ONU, as principais pragas agrícolas são:
- Requeima da batata: doença causada pelo fungo Phytophthora infestans, prejudica o cultivo de batatas e tomates;
- Ferrugem do cafeeiro: também causada por um fungo (Hemileia vastatrix), é uma das principais ameaças à produção global de café;
- Murcha do Fusarium: também causada por um fungo (Fusarium oxysporum), afeta a bananeira por meio das raízes, bloqueando o fluxo de água e nutrientes;
- Xylella fastidiosa: bactéria transmitida por várias espécies de insetos sugadores de seiva, como a cigarrinha, afeta videiras, citros, oliveiras, cafeeiros, pessegueiros e amendoeiras, além de plantas ornamentais e florestais;
- Míldio da videira: causado por um fungo (Plasmopara viticola), é extremamente grave em uvas, podendo causar grandes perdas de colheitas.
Depois de estabelecidas, as pragas e doenças das plantas são difíceis de se erradicar – a depender da situação, a única solução é a retirada e queima das plantas.
Neste sentido, é preciso ter muita cautela na emissão de receituários agronômicos para controlar as pragas na agricultura.
Veja abaixo os 10 cuidados principais no controle de pragas.
1. O que são pragas na agricultura?
É natural haver no ambiente, sobretudo rural, insetos e outros seres que interagem com as plantas, mas eles só são considerados pragas quando estão em grande número.
Assim, as pragas são sinônimo de desequilíbrio natural.
Se um ser vivo está em maior número, de forma exagerada, é porque o seu predador ou algo que o impede de se proliferar com facilidade deixou de existir.
Análise do tecido foliar das plantas é um dos principais métodos de monitorar pragas
(Fonte: Embrapa)
2. Detecção de pragas na agricultura
Cada ambiente tem suas características agroclimáticas próprias que dão mais ou menos condições de sobrevivência aos seres vivos, bem como à proliferação de doenças.
Além disso, cada tipo de cultura agrícola possui pragas e doenças que podem ser específicas ou variar conforme a espécie ou família vegetal.
Neste sentido, é de grande importância que você saiba quais são todos os tipos de pragas e doenças que podem afetar a lavoura que você cultiva, formas de identificação e de controle.
3. Mapeamento das áreas afetadas por pragas
Nas culturas agrícolas, as pragas e doenças podem ser previsíveis, conforme diversas situações, a exemplo do clima, do solo, chuvas e da temperatura.
Uma das principais formas de se antecipar aos problemas e planejar o trabalho em campo é calculando a GDA (graus-dia acumulados), que representa quantidade acumulada de unidade de calor durante um período de tempo.
Estimativas da GDA podem ser utilizadas para diversas finalidades, como a previsão da emergência de plantas daninhas ou a eclosão de ovos de insetos.
4. Monitoramento de insetos na lavoura
No monitoramento de insetos, por exemplo, o primeiro passo é procurá-los e localizar os danos que eles causam nos tecidos foliares e radiculares.
Os danos podem ser registrados determinando-se a percentagem afetada, e, a depender da situação, pode ser necessário documentar o grau de infestação.
São essas informações que vão basear posteriormente como será a forma de controle dos insetos, com aplicação, preferencialmente, de forma objetiva e localizada.
As populações de insetos podem ser medida com o uso do pano-de-batida ou da rede de varredura ou puça, que ficam entre as linhas das plantas.
Você sacode as plantas e conta os insetos que caírem no pano.
Se tiver 21 lagartas em um pano de 1 m de comprimento, por exemplo, considera-se que há no campo 21 lagartas em 30 cm de linha.
Redes de varredura ou puças são utilizadas em lavouras com estande de plantas mais compacto. Geralmente, o equipamento tem um aro com 30 cm de diâmetro.
Os insetos são coletados quando a puça é passada na lavoura, no meio da folhagem. Consulte sempre os protocolos para fazer a operação da forma correta.
O monitoramento de outras doenças envolve procedimentos semelhantes, com a diferença de que ela se dá, basicamente, pela observação direta das plantas, muitas vezes com o auxílio de uma lupa ou outra lente de aumento.
5. Tecnologias no monitoramento de pragas na agricultura
O uso de tecnologias, como sensoriamento remoto, é de grande importância para o monitoramento de pragas na agricultura.
Com imagens em NDVI (Índice de Vegetação por Diferença Normalizada, na sigla em inglês), sejam elas de satélites ou de drones agrícolas, é possível saber onde as plantas estão sendo afetadas.
O NDVI, por ser um indicador que mede, basicamente, a saúde das plantas, vai te mostrar onde estão acontecendo os problemas, então você deve ir até o local conferir.
É importante que você saiba que o NDVI não vai te informar que tipo de praga afeta a sua lavoura, apenas sinalizar que algo de fato está ocorrendo para a planta não se desenvolver bem.
E com essas informações mais precisas do NDVI, ao invés de fazer uma pulverização geral da lavoura, é possível uma aplicação em taxa variável, o que gera economia de insumos.
6. Emissão de receituários via web ou app
Localizados os problemas na lavoura, você deve emitir o receituário agronômico, e aqui os cuidados precisam ser redobrados também, sobretudo por conta da legislação nacional.
Mas com o AgroReceita, você reduz praticamente a zero o risco de fazer algo errado, já que a plataforma é sempre atualizada pela Sudeste Online, empresa especializada em legislação de agroquímicos e com mais de 20 anos de atuação no mercado agro.
Emita sempre o seu receituário agronômico pelo AgroReceita. Os dados estão atualizados para todos os estados do Brasil, com as legislações mais recentes.
7. MIP - Manejo Integrado de Pragas
Importante método de controle de pragas agrícolas, o MIP (Manejo Integrado de Pragas) envolve diversas técnicas, sendo as principais variar o tipo de defensivos agrícolas e reduzir a quantidade de aplicação.
O objetivo do MIP não é acabar com as pragas, mas controlá-las a um nível que não seja prejudicial para as plantas, fazendo com que haja maior equilíbrio no meio ambiente.
Pesquisadores da Embrapa realizam o MIP em lavoura de soja (Fonte: Embrapa)
8. Controle biológico de pragas na agricultura
Outro método de controle que também vem sendo bastante utilizado no Brasil é o controle biológico de pragas, que se dá por meio da introdução de inimigos naturais das pragas na lavoura, a exemplo de insetos, bactérias e fungos, dentre outros.
Os organismos utilizados no controle das pragas são inofensivos à saúde e ao meio ambiente, e não deixam resíduos. Com isso, reduz-se a quantidade de agroquímicos.
Além disso, com o uso de drones é possível fazer a introdução desses organismos de forma objetiva na lavoura, sem que seja necessário um trator para isso.
9. Rotação de culturas agrícolas
Muito utilizada no Brasil, a rotação de culturas apresenta diversos benefícios para a sua lavoura, dentre eles o controle de pragas e doenças porque ela gera maior equilíbrio ao meio ambiente.
Com a rotação de culturas, a área de produção tem sua fertilidade aumentada, bem como a sua diversidade, o que favorece para que inimigos naturais das pragas convivam no mesmo local.
10. Avaliação e planejamento no controle de pragas
A avaliação sobre o manejo de pragas e doenças na agricultura é de grande importância para verificar se o trabalho foi feito de forma correta.
Para isso, você pode utilizar tanto o NDVI, conforme dito acima, quanto fazer visitas em campo para o monitoramento in loco, o que deve ser feito sempre que necessário.
De grande relevância também é você registrar todas as atividades realizadas em campo durante a safra, com marcações localizadas sobre o aparecimento de determinada praga, para que o seu controle seja mais efetivo na próxima safra.
Atualmente, há diversos aplicativos de agricultura de precisão de uso gratuito que permitem tanto fazer o monitoramento da lavoura com NDVI quanto anotações com os dados de campo, além de upload de arquivos sobre as operações agrícolas.
Conclusão
O controle de pragas na agricultura deve ser feito sempre com base em trabalho técnico realizado por profissionais habilitados, que vão recomendar os produtos necessários, nas quantidades corretas e com a época certa de aplicação.
Nunca devem ser aplicados produtos na lavoura sem o receituário agronômico, que pode ser obtido de forma simples, fácil e segura com o AgroReceita. Teste gratís por 7 dias e saiba mais!
Sobre o Autor
Jornalista e pós-graduado em Agricultura de Precisão.
Leia também:
Receber newsletter