Novas técnicas de aplicação de defensivos agrícolas e adubação

Produtor realizando a pulverização de defensivos agrícolas no plantação

Sumário

Técnicas modernas e avanços tecnológicos têm proporcionado novas oportunidades para otimizar a aplicação de defensivos agrícolas e adubos.

A agricultura desempenha um papel vital na economia do Brasil, sendo um dos pilares que sustenta o crescimento e desenvolvimento do país. 

Com a vasta extensão de terras cultiváveis e a diversidade de culturas, o setor agrícola brasileiro se destaca no cenário mundial. No entanto, a eficiência e a economia na aplicação de defensivos agrícolas e adubação são desafios constantes para os produtores.

Neste contexto, a adoção de práticas que visem a redução de custos, especialmente para grandes culturas, é essencial para manter a competitividade e a sustentabilidade do agronegócio. As técnicas modernas e os avanços tecnológicos têm proporcionado novas oportunidades para otimizar a aplicação de defensivos agrícolas e adubos, garantindo maior produtividade e minimizando os impactos ambientais.

Aqui, apresentamos 10 dicas fundamentais para a aplicação eficiente e econômica de defensivos agrícolas e adubação. 

Essas orientações são voltadas para o agro brasileiro e têm como objetivo auxiliar os produtores a alcançarem uma produção mais sustentável e rentável. 

Desde o planejamento adequado até o uso de tecnologias de precisão, cada dica contribui para o manejo racional dos insumos agrícolas, promovendo a saúde do solo, das plantas e do meio ambiente.

Boa leitura!

O que é aplicação de defensivos agrícolas e fertilizantes?

A tecnologia de aplicação refere-se ao uso de conhecimentos científicos para garantir que um produto, como defensivos agrícolas, atinja precisamente seu alvo, seja uma planta ou insetos. 

Esse processo deve ser realizado com a quantidade exata de produto, minimizando gastos e evitando a contaminação de áreas adjacentes.

É crucial que o aplicador esteja devidamente equipado com Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) durante cada aplicação, reduzindo ao máximo sua exposição aos defensivos agrícolas.

Equipamentos de Proteção Individual (EPI) para aplicação de defensivos agrícolas

Figura 1. Equipamentos de Proteção Individual (EPI) para aplicação de defensivos. Créditos: Fonte – Rehagro Blog.

Dois conceitos importantes para entender essa tecnologia são pulverização e aplicação. Pulverização é a conversão de um líquido em gotas, enquanto a aplicação é a deposição dessas gotas sobre o alvo. 

O sucesso dessa operação depende do tamanho e densidade das gotas, que devem ser ajustados ao objetivo da aplicação, necessitando de um conhecimento aprofundado da tecnologia de aplicação.

Pulverização de defensivos agrícolas na lavoura

Figura 2. Pulverização agrícola no Agro Brasil. Fonte: Canva.

A escolha dos bicos de aplicação é vital, pois diferentes bicos produzem gotas de tamanhos variados, impactando diretamente a eficácia e a precisão da aplicação.

Tecnologia de aplicação: eficiência e segurança na agricultura

A tecnologia de aplicação envolve um conjunto de conhecimentos que abrange informações sobre defensivos agrícolas, suas formulações, adjuvantes, o processo de pulverização, os alvos e o ambiente. Seu objetivo é garantir uma aplicação correta, segura e responsável dos produtos agrícolas.

Essa tecnologia busca colocar o produto no alvo de maneira precisa, no momento certo, na quantidade necessária, de forma econômica e com o mínimo de contaminação para o aplicador e o meio ambiente. A eficiência da aplicação é fundamental para manter a lucratividade e a rentabilidade das culturas.

A pulverização adequada visa maximizar a produtividade sem comprometer a qualidade e a segurança. Embora seja importante reduzir custos, isso não deve ser feito a ponto de comprometer a produção final e a lucratividade esperada. Assim, a tecnologia de aplicação é essencial para garantir a sustentabilidade e a eficácia das operações agrícolas.

10 dicas para aplicação eficiente de defensivos agrícolas

1 - Inspeção periódica de pulverizadores agrícolas

Verifique regularmente o estado de conservação e operacionalidade dos pulverizadores, incluindo tanque, bomba, manômetro, filtros, mangueiras e bicos. 

Isso ajuda a garantir uma aplicação eficiente e a reduzir o impacto ambiental.

2 - Qualidade da água para pulverização

  • Utilize água com qualidade química e física adequada, evitando sedimentos e dureza excessiva, que podem reduzir a eficácia dos defensivos e entupir os bicos de pulverização.

3 - Uso de adjuvantes

Adicione adjuvantes para melhorar a penetração e adesão dos defensivos nas plantas, aumentando a eficiência da aplicação ao reduzir a tensão superficial das gotas e melhorar a cobertura.

4 - Mistura de defensivos agrícolas

Siga as recomendações técnicas para a mistura de defensivos, garantindo que o sistema de agitação esteja funcionando para manter a uniformidade da solução e evitar a deposição no fundo do tanque.

5 - Pressão de trabalho

Mantenha a pressão de trabalho adequada para formar gotas do tamanho correto e garantir que atinjam o alvo. 

Use um manômetro para verificar a pressão e evitar problemas de deriva.

6 - Escolha das pontas de pulverização

Selecione pontas de pulverização que produzam gotas no tamanho ideal para a aplicação, considerando o tipo de defensivo e as condições climáticas para minimizar a deriva.

7 - Limpeza do tanque de pulverização

Realize a limpeza completa do tanque e do sistema de pulverização imediatamente após a aplicação para evitar a formação de depósitos sólidos que podem dificultar a limpeza e comprometer aplicações futuras.

8 - Uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs)

Utilize EPIs adequados durante a aplicação de defensivos agrícolas para proteger a saúde do trabalhador, seguindo as normas de segurança e garantindo que os trabalhadores sejam treinados e instruídos no uso correto dos equipamentos.

9 - Condicionamento do equipamento

Mantenha os pulverizadores em bom estado de conservação e funcionamento, realizando manutenções regulares e substituindo peças danificadas para garantir uma aplicação eficiente.

10 - Monitoramento das condições climáticas

Realize aplicações em condições climáticas favoráveis, com umidade relativa superior a 50%, temperatura inferior a 30°C e velocidade do vento entre 2 e 10 km/h, para reduzir a deriva e melhorar a eficácia da pulverização.

Cuidados no preparo da calda de pulverização

O local de preparo da calda deve ser sombreado, bem ventilado e aberto. Essas condições são fundamentais para evitar a exposição prolongada aos produtos químicos e garantir a dissipação adequada dos vapores. Um ambiente bem ventilado reduz os riscos de inalação de substâncias tóxicas e melhora a segurança do trabalhador.

É importante evitar o contato direto com os produtos químicos. Para isso, utilize ferramentas apropriadas como balanças, baldes e copos graduados para a medição e mistura dos ingredientes. Essas práticas minimizam a exposição direta aos defensivos, garantindo um manuseio mais seguro.

As condições climáticas também devem ser consideradas. O preparo da calda deve ser realizado em períodos com temperaturas amenas e sem ventos fortes. A aplicação durante chuvas deve ser evitada, pois pode comprometer a eficácia do produto e sua distribuição uniforme sobre as plantas. Condições climáticas favoráveis ajudam a maximizar a eficiência da pulverização.

Outro cuidado essencial é verificar e ajustar o pH da água utilizada no preparo da calda. O pH adequado pode influenciar na estabilidade e eficácia dos produtos aplicados. Água com pH inadequado pode reduzir a eficácia dos defensivos, comprometendo a proteção das culturas.

Conhecer a compatibilidade entre os produtos que serão misturados é fundamental para evitar reações indesejadas que poderiam comprometer a eficácia da pulverização. A mistura de produtos incompatíveis pode resultar em precipitações ou reações químicas que reduzem a eficiência dos defensivos agrícolas.

Por fim, após o uso, todas as embalagens devem ser fechadas corretamente e armazenadas de acordo com as instruções específicas de cada produto. Esse cuidado garante a segurança do ambiente e a integridade dos produtos químicos, prevenindo acidentes e contaminações. 

Seguindo esses cuidados, assegura-se uma aplicação eficiente e segura dos defensivos agrícolas, protegendo tanto a saúde dos trabalhadores quanto o meio ambiente.

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  1. Orientações sobre a modalidade e época de aplicação.
  2. Dosagem recomendada e volume de calda.
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Conclusão

A aplicação eficiente e econômica de defensivos agrícolas e adubação é crucial para a sustentabilidade e competitividade do setor agrícola brasileiro. Práticas adequadas, uso de tecnologias avançadas e o cumprimento das normas são essenciais para maximizar a produtividade e minimizar os impactos ambientais.

Ao seguir as 10 dicas apresentadas, os produtores podem otimizar suas práticas agrícolas, garantindo a segurança dos trabalhadores e proteção do meio ambiente.

Referências

ANDREI, E. Compêndio de defensivos agrícolas. 7.ed. São Paulo : Andrei, 2005. 1141p.

AZEVEDO,D. Cuidados na aplicação de agrotóxicos. 2001. Disponível em:<http://www.scarlet.cnpuv.embrapa.br/sprod/pessego/defensi.htm> 

CIATI, R.S.; SILVA, J.M.; OLIVEIRA, M.A. Trabalhador na aplicação de agrotóxicos: aplicação de agrotóxicos com pulverizador de barras. São Paulo : SENAR, 2004. 42p.

CHRISTOFOLETTI, J.C. Manual Shell de máquinas e técnicas de aplicação de defensivos agrícolas. Campinas : Shell, 1992. 122p.

Sobre o Autor

Alasse Oliveira

Engenheiro Agrônomo, Mestre e Especialista em Produção Vegetal e, Doutorando em Fitotecnia (ESALQ/USP)

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