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Manejo de plantas daninhas na cultura do trigo

Sumário

Manejo de plantas daninhas na cultura do trigo: quais as principais espécies e quais as opções para manejá-las.

A cultura do trigo é uma importante ferramenta no manejo de plantas daninhas. No manejo integrado de plantas daninhas é importante que o solo sempre esteja coberto, seja com cobertura morta (palha) ou verde.

Os cereais de inverno, como o trigo, são excelentes opções para fazer a rotação de culturas e ingredientes ativos usados na lavoura. Continue a leitura deste artigo e saiba mais!

Principais plantas daninhas na cultura do trigo

As principais espécies de plantas daninhas eudicotiledôneas (folhas largas) e monocotiledôneas (folhas estreitas) em trigo são:

  • Nabo-forrageiro (Raphanus raphanistrum e Raphanus sativus);
  • Azevém (Lolium multiflorum);
  • Capim-amargoso (Digitaria insularis);
  • Aveia (Avena strigosa e Avena sativa);
  • Buva (Conyza spp.).

Para identificar corretamente a presença de plantas daninhas na área, a escolha do herbicida com base nas espécies dominantes é fundamental. Essa escolha, pode ser feita em quatro passos: 

  • Passo 1: Identificação das plantas daninhas;
  • Passo 2: Como Escolher o herbicida mais indicado;
  • Passo 3: Escolher o herbicida com base nas condições ambientais;
  • Passo 4: Escolha da dose do herbicida.

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No texto anterior já vimos quais as principais espécies que ocorrem em cereais de inverno.

A presença ou não destas espécies depende da região do Brasil e da temperatura, pois algumas espécies estão mais presentes em regiões mais frias, e outras aparecem quando as temperaturas estão mais quentes.

Hoje, vamos ver as estratégias de manejo que podemos adotar para o controle das principais espécies de plantas daninhas presentes no trigo.

Manejo de nabo-forrageiro (Raphanus raphanistrum e Raphanus sativus) em trigo

O controle do nabo na cultura do trigo pode ser feito antes do plantio ou na pós-emergência. Antes do plantio do trigo as opções de herbicidas são: 2,4-D, glyphosate, metsulfuron e metribuzin. Já, na pós-emergência, os herbicidas registrados são o bentazon, iodosulfuron, metsulfuron e 2,4-D.

O herbicida 2,4-D acaba sendo uma importante ferramenta no manejo de nabo na cultura do trigo, pois temos casos de resistência aos herbicidas inibidores da ALS (acetolactato sintase). No Brasil, em 2001, foi relatado Raphanus sativus resistente aos herbicidas metsulfuron, imazethapyr, chlorimuron, nicosulfuron e cloransulam, todos do mecanismo de ação dos inibidores da ALS. 

Em 2013, no Brasil, foi a vez do Raphanus raphanistrum resistente aos herbicidas metsulfuron, imazethapyr, chlorimuron, sulfometuron, cloransulam, iodosulfuron e imazapic, todos também inibidores da ALS.

O herbicida pyroxsulam é uma outra opção para o controle de nabo, azevém, aveia-preta e aveia-branca em trigo. É um herbicida seletivo para o controle de espécies gramíneas e de folhas largas. Seu uso é em pós-emergência, quando as plantas daninhas estiverem com 2 a 4 folhas.

Nabo em lavoura de trigo. Foto: Ana Ligia Giraldeli.

Manejo de azevém (Lolium multiflorum) em trigo

O manejo ideal de azevém na cultura do trigo é que o controle seja realizado antes do plantio da cultura. Nesse momento é possível usar os graminicidas para o controle de azevém.

É importante lembrar que o controle será mais eficaz com as plantas de azevém ainda pequenas. Caso as plantas estejam maiores, poderá ser necessário fazer o manejo sequencial com glyphosate e graminicida. Para o manejo em pré-emergência do azevém, a opção é usar o herbicida pendimethalin, que faz parte do mecanismo de ação dos inibidores da formação dos microtúbulos.

O manejo integrado de plantas daninhas utilizado a rotação de ingredientes ativos é importante, pois, no caso do azevém, há casos de resistência no Brasil. Os casos de azevém resistente a herbicidas no Brasil estão na tabela abaixo.

Fonte: Heap (2023).

Para o manejo de azevém em pós-emergência do trigo as opções de herbicidas registrados são os graminicidas clodinafop e diclofop e o inibidor da ALS, iodosulfuron.

Outra opção de herbicida é o imazamox (inibidor da ALS), que pode ser utilizado em lavouras de trigo com variedades Clearfield®.

Porcentagem de controle de azevém e de nabo em dois locais de semeadura do Trigo Clearfield®. Fonte: Up. Herb.

Manejo de capim-amargoso (Digitaria insularis) em trigo

O controle de capim-amargoso em trigo segue quase as mesmas recomendações para o controle de azevém. Por ser uma gramínea, o ideal é fazer o manejo antes da semeadura do trigo.

Assim, como no azevém, o capim-amargoso deve ser controlado com inibidores da ACCase e/ou glyphosate. O principal é realizar a aplicação com plantas ainda pequenas. Caso elas estejam maiores, também será necessário a aplicação sequencial.

Em pré-emergência, o herbicida recomendado é o pendimethalin e, em pós-emergência do trigo, o clodinafop. O manejo de capim-amargoso acaba sendo dificultado devido aos casos de resistência.

Na tabela abaixo você pode ver quais são os casos relatados no Brasil de capim-amargoso resistente a herbicidas.

Fonte: Heap (2023).

Uma opção para o controle de plantas daninhas de sementes pequenas como o capim-amargoso, azevém, capim-pé-de-galinha, capim-colchão e capim-marmelada na cultura do trigo é o herbicida pyroxasulfone.

O pyroxasulfone é um herbicida seletivo, inibidor dos ácidos graxos de cadeia muito longa, para o controle de espécies poáceas e de folhas largas com sementes pequenas. Seu uso é em pré-emergência, na modalidade plante/aplique.

Manejo de aveia (Avena strigosa e Avena sativa) em trigo

O controle de aveia em trigo acaba sendo também difícil de ser realizado. O manejo de plantas daninhas gramíneas dentro de culturas gramíneas sempre é mais difícil. No caso das aveias, o controle ideal também é antes da semeadura do trigo, sendo feito com glyphosate e graminicidas.

Na pós-emergência do trigo, os herbicidas disponíveis serão o clodinafop, o diclofop, iodosulfuron e o pyroxsulam. Para evitar problemas com a aveia-preta, faça a dessecação na época correta, não deixando a planta produzir e dispersar sementes na área.

Como estratégia, também é possível atrasar a semeadura do trigo, deixando mais sementes de aveia germinarem e emergirem na área, para que seja feita a dessecação pré-semeadura do trigo.

Manejo de Buva (Conyza spp.) em trigo

A buva é considerada uma planta daninha de difícil controle devido aos casos de resistência a herbicidas. O trigo é uma excelente planta utilizada no inverno e que ajuda no controle da buva.

Antes da semeadura do trigo, se houver plantas de buva na área, a dessecação precisa ser feita. As opções para controle de buva na dessecação pré-semeadura do trigo são o glyphosate, o 2,4-D, o metsulfuron e o metribuzin.

Na pós-emergência do trigo, o controle de buva pode ser realizado com 2,4-D, metsulfuron, iodosulfuron ou bentazon.

Uso do herbicida 2,4-D na cultura do trigo

O herbicida 2,4-D é seletivo para gramíneas, como o trigo. A seletividade do 2,4-D em gramíneas ocorre devido a estas espécies terem em sua morfologia o tecido vascular arranjado em feixes dispersos, sendo protegidos pelo esclerênquima.

Os feixes vasculares dispersos e o esclerênquima evitam a destruição do floema pelo herbicida 2,4-D. Para que você não tenha problemas com fitotoxicidade do 2,4-D no trigo, é importante respeitar a dose e a época de aplicação.

A janela de aplicação do 2,4-D no trigo é durante a fase de perfilhamento e vai até o início da fase de elongação. Aplicações de 2,4-D antes ou depois do período recomendado causam prejuízos.

Quando aplicado antes da época recomendada pode causar:

– danos ao meristema apical do trigo;

– deformações morfológicas nas folhas e espigas;

– nanismo (redução do porte do trigo).

Agora, se o 2,4-D for aplicado após o período ideal, pode ocorrer redução na produtividade. Essa redução está ligada à diferenciação floral do trigo, que pode ser prejudicada.

Conclusão

O trigo é uma excelente opção para o manejo de plantas daninhas nos sistemas agrícolas. Ao manter o solo coberto conseguimos evitar a germinação de diversas espécies de plantas daninhas.

É preciso fazer o controle de plantas daninhas também na cultura do trigo. Há algumas opções de herbicidas para serem usados na cultura do trigo em dessecação pré-semeadura, pré-emergência e pós-emergência.

O manejo de plantas daninhas gramíneas na cultura do trigo acaba sendo mais difícil, isso acontece porque quanto mais morfologicamente a planta daninha é da cultura, mais difícil é o controle.

Sobre o Autor

Ana-Ligia

Ana Lígia Giraldeli

Engenheira Agrônoma formada na UFSCar. Mestra em Agricultura e Ambiente (UFSCar), Doutora em Fitotecnia (Esalq-USP) e especialista em Agronegócios.

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