O mercado de defensivos agrícolas em 2024 deve passar por um momento de grande oferta de produtos, sobretudo porque os fabricantes da Europa estão cada vez mais voltados para o Brasil.
Esse interesse no mercado brasileiro tem dois grandes motivos: o crescimento do agronegócio no país, com safras recordes de grãos, e as restrições da União Europeia referente ao uso de defensivos.
Os negócios entre países do bloco europeu e o Brasil têm beneficiado principalmente a França, cujas indústrias receberam dos brasileiros US$ 1,23 bilhão e, em troca, enviaram 56 mil toneladas do produto.
Em volumes, porém, o país que mais enviou defensivos ao Brasil foi a Dinamarca: 79 mil toneladas ao todo, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior.
Os produtos mais comprados foram fungicidas, herbicidas, inseticidas, inibidores de germinação e reguladores de crescimento de plantas. No geral, em 2023, o Brasil importou 589 mil toneladas de defensivos agrícolas, ao custo de US$ 4,9 bilhões.
De acordo com a consultoria Kynetec, o mercado para proteção de cultivos movimentou cerca de US$ 20 bilhões no Brasil na temporada 2022/2023, um crescimento de 43% em relação ao ciclo 2021/22, que registrou US$ 14 bilhões.
Na análise da Kynetec, o aumento da venda de defensivos na temporada 2022/23 acompanhou o aumento da área plantada, que ultrapassou os 90 milhões de hectares no período, contudo não foi registrada muita alteração na área potencialmente tratada.
Assim, o elevado preço dos produtos e a valorização do dólar foram os principais fatores que movimentaram o mercado de defensivos agrícolas no período, os quais foram mais utilizados nas culturas da soja, milho e cana-de-açúcar.
Com relação ao dólar, a Kynetec avalia que houve o crescimento pelo aumento no custo de alguns produtos e maior quantidade de aplicações.